sábado, 17 de maio de 2025

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A escola virou campo de batalha?

Parece que as escolas estão no centro de uma disputaReprodução

Durante anos a escola foi símbolo de acolhimento, de convivência, de formação não apenas de alunos, mas de cidadãos. Mas hoje, parece que ela está no centro de uma disputa. Uma disputa política, cultural, ideológica — e, sobretudo, uma disputa por autoridade.

Na conversa que tive com a educadora e escritora Silmara Casadei para o podcast Inteligência Orgânica, falamos sobre como as escolas se tornaram, muitas vezes, alvo da polarização que atravessa a sociedade. Professores que têm medo de dar aula, pais que chegam carregados de certezas baseadas em fontes questionáveis, diretores pressionados por todos os lados. Como educar assim?

Silmara lembrou de uma frase poderosa: “Se estamos em guerra, a primeira coisa a ser protegida é a criança”. A escola não pode ser o campo de batalha — precisa ser o refúgio. O lugar do cuidado, da escuta, da construção de um futuro que ainda é possível.

Mas para isso, precisamos fazer um esforço coletivo. Voltar a construir redes de apoio reais, envolver famílias, educar os adultos tanto quanto as crianças. Criar espaços de diálogo entre alunos, professores e pais. A gente fala de “educação do século XXI”, mas ainda opera com ferramentas emocionais do século XX.

Não é fácil. As transformações são tantas — sociais, climáticas, tecnológicas — que às vezes parece que a gente perdeu o chão. Eu mesmo, como pai, vivo entre a angústia e a esperança. Entre a vontade de acertar e o medo de repetir erros. Mas Silmara me lembrou que educar é também um ato de resistência. Um gesto de utopia. E que talvez isso baste por hoje.

Se não formos capazes de criar um novo contrato social a partir da escola, vamos repetir os ciclos de sempre. E os nossos filhos herdarão, de novo, a tarefa que era nossa.

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