domingo, 24 de novembro de 2024
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Dormir mais cedo nos deixa mais gratos e resilientes

Augusto Dala Costa

Dormir mais cedo nos deixa mais gratos e resilientes

Em estudo sobre o sono e seu impacto no humor, cientistas descobriram que dormir
mais cedo leva pessoas a se sentirem mais gratas, resilientes e com a sensação de estarem “florescendo”. Esses mesmos aspectos tiveram uma diminuição significativa em quem teve privação de sono
, ou seja, dormiu menos ao longo da semana.

Os resultados serão apresentados no encontro anual da Associação Profissional das Sociedades do Sono (SLEEP, na sigla em inglês) deste ano, estão disponíveis em resumo na revista científica Sleep
. As experiências de aumento e diminuição de sono
são subjetivas, ou seja, os pesquisadores obtiveram os dados através de questionários respondidos pelos voluntários.

A melhora no descanso surgiu em aumentos no sono
na média de 46 minutos, enquanto a piora no humor foi identificada na média de 37 minutos a menos de sono. Uma lista de coisas pelas quais os participantes são gratos também foi confeccionada pelos mesmos, e ela duplicou de tamanho nos que estenderam o sono.


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Sono, gratidão e humor

Um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo é Michael Scullin, doutor em psicologia e professor da Universidade Baylor. Segundo ele, dados coletados nos Estados Unidos mostram que os níveis de felicidade no país diminuíram nos últimos anos, enquanto problemas relacionados ao sono
aumentaram e se espalharam.

A ciência já sabe que a privação de sono piora sintomas de saúde mental
, mas nunca haviam sido feitos testes para descobrir se melhorar o sono ajudaria com aspectos positivos da vida relacionados à saúde mental, como sentimentos de propósito, esperança e gratidão, mesmo que subjetivamente.

O estudo de Scullin, então, avaliou 90 adultos americanos que, aleatoriamente, foram divididos em três grupos — o primeiro deveria dormir mais tarde
que o padrão, o segundo, mais cedo, e um terceiro seguiu numa rotina normal, sem alterações. Todos foram analisados com actígrafos, aparelhos geralmente colocados no pulso, como um relógio, que monitoram o sono dos pacientes.

As mudanças observadas surgiram no estado mental e personalidade dos voluntários, especialmente nos sentimentos de gratidão, resiliência (capacidade de suportar as dificuldades da vida) e florescimento (avanços em aspectos pessoais), bem como expressões comportamentais de gratidão.

Todos esses aspectos positivos tiveram uma melhora percebida nos voluntários que dormiram mais, com aumentos sutis nas horas de sono: tais aspectos são considerados como o centro do bem-estar entre os comportamentos pró-sociais.

Segundo a Academia Americana da Medicina do Sono e a Sociedade de Pesquisa do Sono, que coordenam a SLEEP, adultos precisam de pelo menos sete horas de sono regular para ter uma saúde otimizada, produtividade e vigília durante o dia.

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