O horário de verão é uma medida adotada em inúmeros países pelo mundo com o objetivo de aproveitar ao máximo a luz do sol e reduzir o consumo de energia elétrica nos meses mais quentes do ano. Embora seja bastante popular, pouca gente sabe quem criou o horário de verão. O consenso é que William Willett foi o inventor moderno desse conceito.
Como ocorre com muitas pessoas à frente de seu tempo, nem sempre as suas ideias são aceitas e colocadas em prática enquanto estão vivos. Este também foi o caso de William Willett, que faleceu em 1915, mas o Reino Unido só adotou oficialmente o horário de verão em 1916.
O que é horário de verão?
Por trás do horário de verão, está o conceito de adiantar o relógio em uma hora para aproveitar melhor a luminosidade natural. Por isso, é normal que os relógios sejam adiantados perto do final da primavera e voltem ao horário regular entre o fim do verão e o início do outono.
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Até 2019, o Brasil adotou o horário de verão
. Por aqui, o relógio era adiantado em uma hora no primeiro domingo do mês de novembro e atrasado em uma hora no terceiro domingo de fevereiro, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).
Quem criou o horário de verão?
Nascido em 1856, o pai do horário de verão, William Willett, vivia no sudeste de Londres, na Inglaterra. Em uma manhã durante o verão de 1905, ele observou que as cortinas permaneciam fechadas e poucos aproveitavam a luz solar nas primeiras horas do dia.
Dois anos depois, em 1907, ele publicou um panfleto conhecido como Desperdício da Luz do Dia (Waste of Daylight), onde defendia a criação de um horário de verão especial. Hoje, a cópia original deste documento é preservada no acervo do Museu Nacional da Escócia (NMS).
A ideia proposta por Willett era de que os relógios fossem adiantados gradualmente, o que impediria a interrupção brusca do horário biológico das pessoas. Por quatro domingos consecutivos, as pessoas deveriam adiantar os relógios em 20 minutos. No total, seria uma diferença de 80 minutos em relação ao horário tradicional.
Em 1908, o Reino Unido debateu a proposta, mas acabou não aceitando. Oficialmente, a medida só entrou em vigor em 1916 — quando Willett já tinha falecido, aos 58 anos, em decorrência da gripe (influenza). Na época, a justificativa foi poupar energia em tempos de escassez de carvão durante a Primeira Guerra Mundial, o que era feito com a noite chegando mais tarde que de costume.
O curioso é que, na verdade, a Alemanha adotou o horário de verão um pouco antes, no dia 30 de abril de 1916, adiantando os relógios em uma hora — a ideia inicial foi adaptada. No intervalo de algumas semanas, no dia 17 de maio do mesmo ano, é que o Reino Unido oficializou a medida. Desde então, outros inúmeros países adotaram essa prática.
Controvérsias sobre Willett
Embora Willett tenha ficado com o crédito de ter criado o horário de verão, a relação com o tempo já mudava desde a antiguidade conforme a estação. Por exemplo, na Roma Antiga, as horas duravam menos no verão que no inverno.
Quando ainda não existia luz elétrica
, Benjamin Franklin, em 1784, percebeu que o sol nascia antes das pessoas se levantarem no verão dos Estados Unidos, mas a ideia não foi levada a sério na época. Em 1895, o neozelandês George Hunter chegou a propor um adiantamento de duas horas, só que a medida também não chegou a ser cogitada oficialmente.
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