terça-feira, 29 de abril de 2025

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Fuga de brasileiros do país sinaliza motivo alarmante

Quando o tão sonhado momento da aposentadoria chega, muitos imaginam dias tranquilos em casa, viagens ocasionais e uma vida sem grandes preocupações financeiras. Mas a realidade para boa parte dos brasileiros, infelizmente, se desenha bem diferente. E mais: um número crescente de aposentados está tomando uma decisão radical — deixar o Brasil para viver no exterior.

Não é apenas a busca por qualidade de vida que move essa mudança, mas também fatores que apontam para algo muito mais profundo: a insustentabilidade do sistema previdenciário brasileiro a longo prazo. 

Enquanto muitos ainda se perguntam se vale a pena sair do país depois de toda uma vida de trabalho, outros já estão de malas prontas. E os destinos preferidos podem surpreender até os mais viajados.

Portugal, como era de se esperar, continua sendo o principal refúgio dos aposentados brasileiros. O idioma comum facilita a adaptação, mas não é só isso. Cidades como Porto, Lisboa e Faro oferecem, além de belezas naturais, um sistema de saúde público robusto, segurança e um custo de vida equilibrado em comparação com outros países europeus.

Mas nem tudo são flores: a demanda crescente por imóveis em Portugal já começa a pressionar os preços, exigindo planejamento antecipado dos novos residentes.

Outros destinos que recebem brasileiros aposentados de braços abertos

A Espanha também desponta como favorita. Valência e Málaga, por exemplo, oferecem o melhor dos mundos: praias espetaculares, vida cultural vibrante e um sistema de saúde pública de alta qualidade.

Mas para viver ali como aposentado, é preciso comprovar renda consistente — uma exigência que muitos brasileiros conseguem cumprir, graças à conversão favorável do euro para quem tem rendimentos fixos.

E se a ideia for permanecer mais perto do Brasil? Então o Uruguai surge como alternativa estratégica. Montevidéu e Punta del Este não apenas oferecem infraestrutura exemplar, mas também políticas de imigração amigáveis para aposentados estrangeiros.

O estilo de vida tranquilo, a proximidade geográfica e a possibilidade de manter raízes culturais tornam o Uruguai uma escolha cada vez mais popular.

Mas o fenômeno vai além da América do Sul ou da Europa. O Panamá, com seu famoso programa “Pensionado”, atrai aposentados oferecendo descontos em serviços médicos, lazer e transporte. México, Costa Rica e até o Equador também entram nessa lista de refúgios, cada qual com seu apelo especial — seja pelas belezas naturais, seja pelo custo de vida acessível.

Mas por que tantos brasileiros estão considerando essa mudança agora?

A resposta está nos dados. Segundo o Mercer Global Pension Index 2024, o Brasil ocupa a 33ª posição no ranking mundial dos melhores sistemas de previdência, com nota C no índice geral.

Embora apresente pontos fortes em renda e integridade, o Brasil recebeu a pior avaliação possível — nota E — no critério de sustentabilidade. Em outras palavras: o sistema atual não garante estabilidade a longo prazo.
Enquanto a Holanda lidera o ranking, seguida de perto por Islândia e Dinamarca, países com sistemas sólidos e previsíveis, o Brasil enfrenta um cenário preocupante.

E não se trata apenas de cortes de benefícios ou aumentos de idade mínima para aposentadoria: especialistas apontam para o risco real de colapso previdenciário, caso reformas estruturais não sejam implementadas com urgência.

Brasil ainda é um paraíso tropical; por que a corrida para fora?

Além das questões econômicas, fatores como violência, instabilidade política e falta de perspectivas de longo prazo pesam na balança.
E para muitos aposentados que trabalharam a vida inteira, o desejo de viver com dignidade supera o apego ao país de origem.

Ainda assim, emigrar para passar a aposentadoria no exterior não é uma decisão simples. Mas a cada ano, mais brasileiros buscam informações sobre vistos de residência, seguros internacionais e formas de transferir seus benefícios para outros países. E o movimento só tende a crescer.

Enquanto isso, quem permanece no Brasil assiste à lenta erosão de um sistema que, embora tenha acertos, já dá claros sinais de esgotamento.

E muitos se perguntam: será que o futuro da aposentadoria brasileira está mesmo garantido? Ou será que, em breve, mudar de país será mais uma necessidade do que uma escolha? A resposta não é algo tão simples, mas enquanto isso é preciso saber o que fazer para o futuro.

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