Novo bioprocessador usa organoides do cérebro humano
A startup
suíça FinalSpark deu um novo passo rumo à junção entre o orgânico e o artificial, ao desenvolver um bioprocessador com a utilização de organoides do cérebro humano
. O objetivo é bem claro: gastar muito menos energia que os processadores tradicionais. Os detalhes da novidade tecnológica estão disponíveis na revista científica Frontiers in Artificial Intelligence
.
Essa “neuroplataforma” é baseada em uma mistura de hardware
, software
e biologia, e descrita pela própria empresa como a primeira plataforma online do mundo que oferece acesso a neurônios biológicos in vitro.
A tecnologia
se dá através do uso de quatro dispositivos conhecidos como Multi-Electrode Arrays (MEAs, ou matriz de múltiplos eletrodos), usados em neurociência para registrar e estimular a atividade elétrica de neurônios.
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Os MEA s Consistem em uma matriz de pequenos eletrodos dispostos em uma superfície que pode ser colocada em contato com tecidos biológicos.
Nesse caso, os MEAs abrigam organoides: massas de células 3D de tecido cerebral
. Cada MEA contém quatro organoides, interligados por oito eletrodos.
Os sinais coletados são convertidos de um formato que as células usam para um formato que os computadores entendem (digital). Isso é feito por um dispositivo especial chamado controlador Intan RHS 32, que trabalha rápido e com precisão.
Para manter as células cerebrais vivas e saudáveis enquanto são estudadas, a máquina usa um sistema de tubos e líquidos (microfluídico) que fornece tudo o que elas precisam, como nutrientes e oxigênio.
Como funciona o bioprocessador
Esse bioprocessador conta com um software que permite aos cientistas inserir comandos e dados. Esse software ajuda a processar e interpretar as informações que vêm das células, mostrando resultados que os cientistas podem entender e usar em suas pesquisas.
“A neuroplataforma permite que os pesquisadores realizem experimentos em organoides neurais com vida útil superior a 100 dias. Para fazer isso, simplificamos o processo experimental para produzir rapidamente novos organoides, monitorar potenciais de ação 24 horas por dia, 7 dias por semana e fornecer estímulos elétricos”, consta no artigo científico.
No estudo, os especialistas da FinalSpark anunciam que as estruturas neuronais que formam o bioprocessador são adequadas para experimentos que duram alguns meses. A estimativa é que a vida útil do organoide do cérebro humano seja de cerca de 100 dias.
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