Paleontólogos amadores encontraram registros fósseis extraordinários em um sítio na França, com mais de 400 restos animais de até 470 milhões de anos
. O local fica na cadeia de montanhas Montagne Noire, em uma província no sul do país. Após o achado, os entusiastas Eric Monceret e Sylvie Monceret-Goujon levaram uma equipe da Universidade de Lausanne para estudar o sítio e seus itens.
Os fósseis datam do Período Ordoviciano
Inferior, época em que o planeta passava por um aquecimento global extremo. Para escapar do calor excessivo, muitos animais fugiam para latitudes mais altas ou baixas, onde, longe do equador, as temperaturas eram mais amenas. A região francesa era, na época, parte do círculo polar sul, ideal para as criaturas viverem.
Fauna incrivelmente preservada
Além do grande número de fósseis ter surpreendido os cientistas, sua preservação também é digna de nota
— dentro das cascas da fauna, ainda havia tecidos moles, como tratos digestivos e cutículas, raramente encontrados em criaturas fossilizadas. Com isso, foi possível estudar a anatomia de antigas espécies marinhas de maneira inédita.
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A posição dos continentes deixava o sítio francês próximo ao Pólo Sul do Período Ordoviciano, também revelando como era a biota local — chamada Biota Cabrière — e a dinâmica dos ecossistemas do sul há 470 milhões de anos. No sítio, havia artrópodes, um grupo ancestral dos insetos
e muito diverso que inclui centopéias e camarões, além de cnidários, como águas-vivas e corais.
Outro grupo abundante no local eram esponjas-do-mar e algas, tornando o antigo ecossistema extremamente rico, um santuário para as espécies que escapavam do calor equatorial. Além de dar um retrato muito interessante do passado, o passado pode nos ajudar a entender como será o nosso futuro, caso não consigamos diminuir o ritmo do aquecimento global.
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