quarta-feira, 16 de abril de 2025

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EUA envia sinal de possíveis tarifas sobre produtos farmacêuticos e semicondutores

Philip FONG

Um visitante da Exposição Universal de Osaka, no Japão, tira uma foto enquanto um navio navega rumo ao porto, 14 de abril de 2025

Philip Fong

Os Estados Unidos abriram a porta nesta segunda-feira (14) para impor tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, alimentando a incerteza em uma guerra comercial na qual o presidente chinês Xi Jinping advertiu que “não pode haver vencedores”.

O presidente americano, Donald Trump, transformou as tarifas na pedra angular de sua política econômica e em uma ferramenta diplomática essencial para arrancar concessões de outros países.

Trump impôs uma tarifa universal de 10%, mas suspendeu outras mais altas para dezenas de parceiros comerciais por 90 dias, enquanto mantém a pressão sobre a China.

Seu Departamento de Comércio iniciou investigações sobre os “efeitos na segurança nacional” de produtos e ingredientes farmacêuticos, assim como de semicondutores e equipamentos de fabricação de chips, segundo documentos publicados no Registro Federal.

Em meio às ameaças de novas tarifas, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou que estão avançando as negociações com diversos países para firmar acordos comerciais — sem dar maiores detalhes.

Sobre o gigante asiático, ele afirmou que “há um grande acordo a ser feito”, mas foi vago quanto ao calendário ou às possibilidades de êxito.

As novas tarifas sobre a China chegaram a 145%, e Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre as importações americanas.

Washington pareceu aliviar ligeiramente a pressão na sexta-feira, ao conceder isenções tarifárias para smartphones, laptops, semicondutores e outros produtos eletrônicos que a China exporta em grande quantidade.

— De curta duração? —

Mas Trump e alguns de seus principais assessores disseram no domingo que essas isenções foram mal interpretadas e serão apenas temporárias.

“NINGUÉM escapa (…) Muito menos a China, que de longe é quem nos trata pior!’, publicou Trump em sua plataforma Truth Social.

O Ministério do Comércio chinês interpretou a medida de sexta-feira como “um pequeno passo” e insistiu que todas as tarifas devem ser eliminadas.

O presidente chinês, Xi Jinping, advertiu nesta segunda-feira, ao iniciar um giro pelo sudeste asiático em Hanói (Vietnã), que o protecionismo “não leva a lugar nenhum” e que em uma guerra comercial “não haverá vencedores”.

A China tem tentado se apresentar como uma alternativa estável diante de um Washington errático, buscando apoio de países preocupados com a tempestade econômica global.

Bessent declarou à Bloomberg TV que já começaram as conversas com o Vietnã, e que na quarta-feira começarão com o Japão, e na semana que vem, com a Coreia do Sul.

O comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, se reuniu em Washington com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e com o representante comercial de Trump, Jamieson Greer.

Ao final do encontro, Sefcovic considerou possível alcançar um acordo que possa incluir reciprocidade tarifária “zero por zero” para bens industriais. Mas advertiu: “Conseguir isso exigirá um esforço conjunto significativo de ambas as partes”, declarou.

A guerra comercial de Trump levantou temores sobre uma possível recessão econômica. O dólar caiu e os investidores venderam títulos do Tesouro americano, tradicionalmente considerados investimentos de refúgio seguros.

No entanto, os mercados acionários da Ásia e da Europa fecharam em alta firme nesta segunda-feira, após dias de extrema volatilidade desde que Trump anunciou suas tarifas do chamado “Dia da Libertação”, em 2 de abril.

As bolsas encerraram com ganhos expressivos: em Wall Street (Dow Jones +0,78%, Nasdaq +0,64% e S&P 500 +0,79%), Paris +2,37%, Frankfurt +2,85%, Londres +2,14%, Tóquio +1,2% e Hong Kong +2,4%.

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