A Defesa Civil e a equipe de extensionistas da Emater-RS têm feito levantamentos sobre os estragos que as fortes chuvas estão causando nas propriedades rurais gaúchas. Fronteira Oeste, Centro e Vale do Rio Pardo são as áreas mais afetadas do estado. Em alguns locais, choveu mais de 350 mm em três dias.
Santa Maria, município da região central, reconhecida pela produção de arroz e de culturas de inverno, foi fortemente afetada. Contudo, o cereal já estava quase totalmente colhido, sem impactos na produção.
Entretanto, o gerente regional da Emater na região de Santa Maria, Guilherme Passamani, conta que os rizicultores sofreram perdas de maquinários e motobombas para irrigação.
Segundo ele, situação muito pior é vivida pelos produtores das culturas de inverno, sendo que algumas delas, como as de trigo, canola, azevém, aveia branca e preta, estavam em processo de recente germinação, com algumas já em estádio vegetativo, e foram submersas.
“São problemas que se somam a outros prejuízos que tivemos no ano passado em função das enchentes e, também, por causa de uma estiagem muito forte que já afetou o nosso estado”, relata.
Passamani conta que perdas na cultura do milho segunda safra, com colheita já prevista, também foram fortemente afetadas. “Também observamos problemas em relação ao fumo, principalmente em regiões da Quarta Colônia, com perdas de mudas e erosão dos camalhões.”
O gerente da Emater-RS ressalta que há tempos o órgão discute com centros de pesquisa, universidades e o governo do estado a questão dos solos gaúchos afetados pelas enchentes de 2024, que tiveram perdas por erosão laminar, formação de sulcos e voçorocas.