17.06.2025 · 7:27 · Vereador Dr. Lívio
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande realizou, nesta segunda-feira (16), uma das oitivas mais tensas desde o início das investigações. Foram ouvidos o ex-diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, e o atual diretor jurídico-administrativo da entidade, Leonardo Dias Marcello.
Visivelmente abalado, João Rezende protagonizou momentos de confronto ao acusar os vereadores membros da CPI de coação institucional contra o Consórcio. Segundo ele, após o início dos trabalhos da comissão, a Prefeitura teria intensificado a aplicação de multas ao Consórcio Guaicurus.
Na avaliação do presidente da CPI, vereador Dr. Lívio, os depoimentos prestados nesta segunda-feira confirmam diversas irregularidades. Rezende admitiu, por exemplo, que parte da frota do Consórcio está circulando de forma irregular e revelou ainda que os veículos não contam com seguro de responsabilidade civil para cobertura de danos a terceiros — uma exigência contratual que, segundo o vereador, está sendo descumprida.
Rezende declarou ter deixado a presidência do Consórcio em janeiro deste ano, após mais de uma década no comando da entidade — ele esteve à frente desde o início da concessão, em 2012. No entanto, ao final da oitiva, ao ser questionado novamente por Dr. Lívio, o ex-presidente admitiu ainda ocupar oficialmente um cargo de direção dentro do Consórcio Guaicurus.
Já o diretor jurídico-administrativo, Leonardo Dias Marcello, também prestou esclarecimentos importantes. Em sua fala, reconheceu que o Consórcio não tem interesse em rescindir o contrato atual de concessão, mesmo alegando prejuízo, devido à dívida milionária que, segundo ele, foi apontada pela auditoria. Para ele, uma alternativa considerada viável seria a repactuação dos termos contratuais.
Durante a coletiva de imprensa, o vereador Dr. Lívio garantiu: “A população de Campo Grande não vai ficar sem resposta, ela vai ter um serviço melhor, talvez não em um curto prazo. Mas nós, como Câmara, como Comissão Parlamentar de Inquérito, vamos cobrar, doa a quem doer, seja da Prefeitura ou do Consórcio Guaicurus”.
Na quarta-feira (18), terminam as oitivas, ainda com dirigentes do Consórcio, nas quais serão ouvidos Thamis de Oliveira, atual diretor-presidente, e Paulo Constantino, sócio-proprietário.
No dia 25, acontecerá a audiência pública no plenário da Câmara, onde a população poderá participar, das 13h às 17h.
Texto e foto: Assessoria de Comunicação do Vereador