Dois jovens brasileiros, unidos pela paixão por desafios extremos, tiveram seus sonhos interrompidos em acidentes ocorridos em locais distintos do mundo. Juliana Marins, 26 anos, publicitária e dançarina, e Edson Vandeira, 36, fotógrafo e montanhista experiente, morreram em expedições realizadas na Indonésia e no Peru, respectivamente. Os casos, separados por poucos dias, reacenderam o debate sobre os riscos do turismo de aventura em regiões remotas.
A queda no vulcão Rinjani
Juliana Marins estava em uma viagem pela Ásia quando decidiu enfrentar o vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. Apesar da beleza cênica, o local é conhecido por seu terreno acidentado e alto índice de acidentes. No dia 21 de junho, durante a descida, Juliana escorregou e caiu em um penhasco de aproximadamente 300 metros.
Testemunhas relataram tê-la visto se movimentando horas depois da queda, mas o resgate enfrentou dificuldades. Equipes locais não possuíam cordas suficientemente longas, e as condições climáticas impediram o uso de helicóptero. Após cinco dias de buscas, seu corpo foi encontrado sem vida. O laudo médico indicou que a jovem não resistiu aos ferimentos graves, incluindo fraturas múltiplas e hemorragia interna.
O sesaparecimento no Nevado Artesonraju
Enquanto isso, no Peru, Edson Vandeira, fotógrafo especializado em expedições extremas, desaparecia durante a escalada do Nevado Artesonraju, montanha de mais de 6 mil metros na Cordilheira Blanca. Ele e dois colegas peruanos partiram no dia 29 de maio, mas não retornaram na data prevista.
Luzes foram avistadas no cume na madrugada do dia seguinte, sugerindo que o trio havia alcançado o topo. No entanto, a descida — que exige técnicas avançadas de rapel em paredões de gelo — nunca foi concluída. O corpo de Edson foi encontrado quase um mês depois, em 22 de junho, e sepultado próximo à montanha que tanto admirava.
Alertas para o turismo de aventura
Os dois casos destacam os perigos de expedições em áreas de difícil acesso, onde o socorro pode ser demorado e as condições climáticas imprevisíveis.
As autoridades de resgate destacam a importância de redobrar os cuidados ao praticar atividades em ambientes naturais, especialmente em condições climáticas desfavoráveis ou em locais pouco conhecidos. Entre as medidas preventivas mais relevantes, estão:
Planejamento prévio: estude detalhadamente o trajeto, incluindo nível de dificuldade, duração estimada e possíveis riscos.
Monitoramento meteorológico: evite iniciar a trilha em dias com previsão de chuva, ventania ou neblina.
Equipamento adequado: utilize roupas resistentes às intempéries e calçados apropriados para terrenos acidentados.
Hidratação e alimentação: leve água em quantidade suficiente e snacks energéticos para manter o pique durante o percurso.
Dispositivos carregados: certifique-se de que celulares e equipamentos de comunicação estejam com bateria suficiente e, se possível, leve um carregador portátil.
Companhia segura: nunca aventurar-se sozinho. Avise sempre alguém sobre o itinerário e o horário previsto de retorno.
Respeito à sinalização: mantenha-se nas vias oficiais, evitando desvios ou caminhos não mapeados.
Procedimento em emergências: caso ocorra algum imprevisto, mantenha a calma, permaneça no local e acione imediatamente o serviço de emergência (193).