O turismo internacional nos Estados Unidos enfrenta um dos anos mais desafiadores da última década. Dados oficiais mostram que, apenas nos primeiros sete meses de 2025, o país recebeu cerca de 1,1 milhão de visitantes a menos em comparação com o mesmo período de 2024, representando uma queda de quase 4% no fluxo de estrangeiros. Outras estimativas indicam que essa redução pode ser ainda maior, chegando a 3 milhões de visitantes a menos até julho.
É válido lembrar que o setor do turismo movimenta cerca de 3% do PIB americano, o que reforça a preocupação diante de números tão negativos.A consultoria “Tourism Economics” projeta uma retração de 8,2% nas chegadas internacionais em 2025, enquanto o “World Travel & Tourism Council” (WTTC) prevê uma queda de 7% nos gastos de turistas estrangeiros, o que deve gerar um impacto de US$ 12,5 bilhões na economia americana. Para efeito de comparação, esse valor corresponde a toda a arrecadação anual de turismo da Califórnia em impostos.No Sudeste Asiático, países como Filipinas e Indonésia apresentaram reduções de dois dígitos no número de viajantes em direção aos Estados Unidos. Por outro lado, alguns mercados importantes, como Argentina, Brasil e Itália, seguem entre os que mais enviam turistas ao país, mesmo diante de restrições e mudanças políticas.Alguns destinos já sentem os efeitos diretos. Em Las Vegas, um dos principais polos turísticos do país, o número de visitantes caiu 11% durante o verão, sendo que a fatia internacional despencou 13%. O resultado foi uma ocupação hoteleira quase 15% menor em relação ao ano passado. Na capital do país, Washington, autoridades locais de turismo projetam uma redução de 5,1% no número de visitantes internacionais em 2025.O cenário reforça um alerta para o setor de turismo americano, que precisa equilibrar políticas públicas, imagem internacional e facilidades de acesso para manter sua posição como um dos destinos mais visitados do mundo.
Além dos números oficiais, um fator que também contribui para essa retração do turismo americano é a dificuldade em se obter o v isto para o país. Muitos viajantes acabam desistindo do destino (pelo menos por enquanto), diante da burocracia, dos prazos de espera, e dos altos valores, optando por destinos alternativos. Turistas que tradicionalmente sonhavam em conhecer a Disney, por exemplo, estão direcionando suas viagens para os mesmos parques da França, do Japão e até mesmo da China, onde não há necessidade de vistos. Essa tendência reforça a necessidade de revisão das políticas de entrada no país para evitar a fuga de potenciais visitantes.
