O Teatro Cultura Artística, que acaba de ser reinaugurado atrás da Praça Roosevelt, mal abriu as portas e já se tornou um programa imperdível no centro de São Paulo. Estive lá no sábado, 31 de agosto, para a apresentação da soprano búlgara Sonya Yoncheva e do pianista escocês Malcolm Martineau. Foi antológico!
A casa projetada por Rino Levi foi quase inteira engolida por um incêndio em 2008. O que restou da tragédia foi o painel em mosaico de 48 metros de comprimento e 8 metros de altura da fachada de autoria de Di Cavalcanti. Agora, após 16 anos e investimentos de R$ 150 milhões, o teatro volta a abrilhantar a rua Nestor Pestana com todo seu esplendor.
No térreo, com acesso direto pela calçada, abriu uma unidade da livraria Megafauna, que já existe do edifício Copan. À esquerda de quem entra no saguão fica o café do foyer, que tem um janelão imenso, mas para se ter a vista para a Praça Roosevelt é preciso subir um lance de escadas até o átrio. O que impressiona no café são as duas imensas tapeçarias da artista Sandra Cinto, que também idealizou, junto com engenheiros, a arte que decora as paredes da sala principal de concertos.
Ainda no térreo fica a sala menor, de 150 lugares, que sediará palestras e seminários com enfoque na formação de público. Em parceria com a Sala Jaú,
uma série eventos estão agendados
para acontecer antes dos concertos e também cursos propondo um diálogo entre música e literatura.
No primeiro andar, fica um amplo espaço com móveis inspirados no que havia originalmente e foi idealizado pelo arquiteto franco-italiano Giancarlo Palanti. Ao entrar pela porta da sala de concertos, para esquerda ou para a direita, todos os caminhos fazem o queixo cair. O que chama a atenção é o fato de ser uma sala intimista, de 773 lugares (originalmente eram 1150), junto com o amarelo das paredes e as intervenções em relevo de Sandra Cinto. O palco tem portas camufladas nas duas laterais para a entrada dos artistas. E que apoteose foi a entrada da diva Sonya Yoncheva e do pianista Malcolm Martineau! A segunda parte do programa trouxe árias famosas e o ponto alto foi Sonya esbanjando sensualidade e humor ao interpretar Habanera, a ária mais famosa da ópera Carmen, de Bizet.
Agora a melhor notícia: o teatro soltou no Instagram que venderá os ingressos que sobrarem no dia do espetáculo por R$ 20, com direito a meia-entrada, sempre meia hora antes, pagamento apenas em dinheiro. Um verdadeiro alento. No sábado, os ingressos custavam R$ 550 mais R$ 110 de taxa. A sala de concertos não estava lotada e a bilheteria não tinha fila. A boa notícia é que uma série de concertos dominicais a preços na casa dos R$ 30 estão programados para acontecer até o fim do ano,
fique ligado na programação
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