O Museu do Louvre, em Paris, foi palco de um roubo ousado que deixou o mundo em alerta e impactou diretamente o fluxo de visitantes, símbolo do turismo cultural francês. O crime ocorreu na manhã de domingo (19), quando ladrões conseguiram invadir a Galeria de Apolo, levando joias e pedras preciosas avaliadas em milhões de euros.
O ministro da Justiça da França, Gérald Darmanin, reconheceu a gravidade do episódio e admitiu falhas nos serviços de segurança do país.
“Há muitos museus em Paris e na França com valores inestimáveis. O que é certo é que falhamos”, afirmou, prometendo que os responsáveis serão identificados e levados à Justiça.
A operação dos criminosos durou apenas sete minutos e aconteceu logo após a abertura do museu. Quatro suspeitos participaram do crime: dois entraram pelo lado do Rio Sena, utilizando um guindaste acoplado a um caminhão para arrombar uma janela. Dentro da galeria, quebraram vitrines para subtrair as joias, fugindo em seguida de moto.
Entre os itens roubados estavam coroas, colares e broches pertencentes a antigas imperatrizes francesas, incluindo a coroa da imperatriz Eugênia, que foi recuperada danificada em uma rua próxima ao Louvre. A joia, composta por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, é considerada um marco da joalheria do século XIX e tem valor histórico incalculável, representando o prestígio da monarquia francesa.
O roubo obrigou o fechamento imediato do museu, impactando turistas e operadores do setor turístico. Todas as reservas do dia foram canceladas e os visitantes tiveram que deixar o local. Segundo relatos, o clima no museu era de choque e correria, com turistas sendo evacuados rapidamente pelos seguranças. Entre eles, brasileiros que registraram a movimentação afirmaram que o alerta foi abrupto, mas que ninguém se feriu.
O Louvre é o museu mais visitado do mundo, recebendo cerca de nove milhões de visitantes por ano, a maioria estrangeiros, atraídos por obras como a Mona Lisa, a Vênus de Milo e O Casamento em Caná. A paralisação inesperada e o clima de insegurança devem afetar temporariamente o turismo local, que depende fortemente do fluxo constante de visitantes.
Autoridades francesas ainda não identificaram os suspeitos, mas avaliam imagens de câmeras de segurança e investigam possível envolvimento de funcionários do museu. As hipóteses incluem a atuação de colecionadores privados e até do crime organizado, com joias potencialmente sendo usadas em transações ilícitas.
O incidente reabre o debate sobre como museus de renome mundial equilibram a preservação de obras valiosas com a experiência turística, mostrando que mesmo ícones culturais podem se tornar vulneráveis diante de crimes audaciosos.