Muita vontade e pouco dinheiro: essa é a realidade da maioria dos viajantes. Neste caso, a saída é recorrer às viagens low cost. Para os aventureiros e com mais disposição, o mochilão pode ser a melhor opção.
O mochilão costuma envolver estadias mais simples, deslocamentos econômicos e bagagem reduzida, o que exige do viajante mais organização e autonomia. Além da economia, há quem também busque aventura, liberdade e autoconhecimento. Isso tudo sozinho ou acompanhado.
Não à toa, se tornou uma nova tendência: de acordo com pesquisa da Visual GPS, o mochilão tem atraído 65% dos Millennials e Gen Z. Em paralelo a todos os atrativos, há pontos que não podem ser deixados de lado.
É o caso do planejamento da viagem e questões de segurança. Larissa Salvador, advogada de imigração nos EUA, explica que é possível aliar a diversão com esses cuidados. Como exemplo, a especialista destaca a importância de ter a documentação correta, como o passaporte e o visto apropriado para o tipo de viagem. Em alguns casos, pode ser necessário traduzir os documentos para a língua oficial do país.
“Um erro comum é entrar como turista, mas com a intenção de trabalhar ou estudar. Usar o visto errado pode gerar problemas sérios com a imigração, então é importante se informar bem antes de embarcar”.
Segurança em primeiro lugar
Assim como para os demais viajantes, a segurança também é essencial para os mochileiros. Isso passa, inclusive, por compartilhar informações do seu itinerário com pessoas de confiança.
Larissa também recomenda fazer publicações nas redes sociais apenas quando já tiver deixado o local. A medida reduz riscos e protege a privacidade. E por falar em redes sociais, não esqueça das conexões:
“É importante contratar um chip de celular com internet para se manter conectado durante toda a viagem, além de saber de cor (ou anotar em local seguro) os números de emergência do país de destino, nos Estados Unidos, por exemplo, o número é 911”.
Segundo ela, entender a cultura local também é uma forma de se proteger. É necessário entender regras de convivência, costumes e normas de vestimenta, que precisam ser respeitadas.
“Uma roupa inadequada ou um comportamento que parece inofensivo para você pode ser mal interpretado em outro lugar. Por isso, estudar um pouco sobre o destino antes de ir ajuda a evitar situações desconfortáveis ou, até mesmo, perigosas”.
Por fim, a advogada de imigração nos EUA chama atenção para um tópico ainda mais sensível: o tráfico humano, que ainda é realidade em muitos lugares do mundo. Em fevereiro, dois brasileiros retornaram ao país após serem vítimas do crime em Mianmar. Luckas e Phelipe foram sequestrados, respectivamente, em outubro e novembro de 2024.
No caso de mochileiros e viajantes solo, os riscos são ainda maiores, sobretudo para mulheres. Por isso, o ideal é manter-se atento e evitar confiar demais em desconhecidos.
“É muito bom viajar, mas é preciso fazer o que estiver ao seu alcance para minimizar os riscos, e claro, se possível, busque viajar com outros colegas, em grupos ou com a família”, finaliza Larissa Salvador.