O passaporte dos Estados Unidos ficou de fora do top 10 dos mais poderosos do mundo pela primeira vez desde que o Henley Passport Index foi criado, há duas décadas.
Na nova edição do ranking, divulgada no dia 7, o documento americano aparece na 12ª posição, empatado com o da Malásia, e garante entrada sem visto em 180 destinos — dois a menos do que em julho.
Por que o passaporte americano perdeu força?
Segundo a consultoria Henley & Partners, responsável pelo índice, a queda é resultado de mudanças nas regras de entrada em alguns países, incluindo a decisão do Brasil de voltar a exigir visto de turistas americanos a partir de abril deste ano.
A medida segue o princípio da reciprocidade, já que cidadãos brasileiros também precisam de visto para entrar nos Estados Unidos.
Além da exigência imposta por Brasília, a consultoria aponta que o declínio reflete uma transformação na mobilidade global e na influência internacional dos EUA.
Passaporte americano já foi o mais poderoso
A diferença é marcante quando comparada a uma década atrás. Em 2014, o passaporte dos Estados Unidos ocupava o primeiro lugar no ranking mundial.
Desde então, a ascensão de países asiáticos e europeus — mais abertos a acordos de mobilidade e isenção de vistos — reduziu a vantagem americana.
Atualmente, Singapura mantém o topo da lista, com 193 destinos acessíveis sem visto. Na sequência aparecem Coreia do Sul (190) e Japão (189).
Países europeus como Alemanha, Itália, Luxemburgo, Espanha e Suíça completam o grupo de elite, todos com acesso a 188 destinos.
Brasil também perde posições
O passaporte brasileiro também sofreu leve queda em relação à atualização anterior.
Antes na 16ª colocação, o documento agora ocupa o 19º lugar, empatado com Argentina e San Marino, e dá acesso a 169 países sem visto — um a menos do que em julho.
Quando considerados todos os empates, o Brasil aparece tecnicamente na 46ª posição entre os 199 passaportes avaliados.
O levantamento é elaborado a partir de dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que analisa a política de vistos de 227 destinos ao redor do mundo.
Domínio asiático e europeu no topo
Os p aíses asiáticos continuam a dominar o ranking de mobilidade global, seguidos de perto por nações europeias que mantêm acordos de livre circulação dentro e fora do continente. Entre os 20 primeiros colocados, 12 são europeus.
Já o passaporte mais fraco do mundo continua sendo o do Afeganistão, que oferece entrada sem visto em apenas 24 destinos. Na parte inferior da lista também aparecem Síria, Iraque e Paquistão, com acesso a menos de 35 países.
Top 10 passaportes mais poderosos de 2025
- Singapura – 193 destinos
- Coreia do Sul – 190
- Japão – 189
- Alemanha, Itália, Luxemburgo, Espanha e Suíça – 188
- Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda e Holanda – 187
- Grécia, Hungria, Nova Zelândia, Noruega, Portugal e Suécia – 186
- Austrália, República Tcheca, Malta e Polônia – 185
- Croácia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Emirados Árabes e Reino Unido – 184
- Canadá – 183
- Letônia e Liechtenstein – 182