segunda-feira, 21 de abril de 2025

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Papa Francisco: relembre a passagem do pontífice pelo Brasil

A manhã desta segunda-feira (21) foi iniciada com a notícia da morte do papa Francisco, aos 88 anos. O pontífice argentino, que esteve à frente da instituição religiosa por 12 anos, passou por diversos países durante seus anos de papado, incluindo uma passagem pelo Brasil. Entre os dias 22 e 28 de julho de 2013, quatro meses após assumir o cargo, Francisco esteve em compromissos no Rio de Janeiro e em Aparecida, interior de São Paulo. O principal motivo da viagem foi a participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Francisco foi recebido pela então presidente Dilma Rousseff na Base Aérea do Galeão, no Rio. A presença do pontífice mobilizou milhões de católicos e despertou manifestações políticas e sociais. A visita incluiu eventos religiosos, ações sociais e discursos marcantes.

O papa discursou em português e optou por circular em um carro aberto, sem blindagem, o que causou tumulto em sua chegada. Fiéis cercaram o comboio após um engarrafamento na Avenida Presidente Vargas.

Durante os dias em solo brasileiro, Francisco destacou temas como juventude, justiça social e diálogo entre religiões. A despedida foi marcada por emoção e um apelo por um mundo mais fraterno.

Primeira visita ao país mobilizou milhões de fiéis

Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história.  A visita ao Brasil marcou seu primeiro compromisso internacional como pontífice. A viagem ocorreu em meio a denúncias contra a Igreja e manifestações políticas no país.

A Jornada Mundial da Juventude foi o centro da agenda. A Praia de Copacabana recebeu eventos como a encenação da Via Sacra e a Missa de Envio, que reuniu cerca de 3 milhões de pessoas.

No Rio, o papa visitou a comunidade de Varginha, no Complexo de Manguinhos. Lá, encontrou moradores e orou em uma igreja da Assembleia de Deus. Também passou pelo Hospital São Francisco, onde inaugurou um centro para dependentes químicos.

No interior de São Paulo, Francisco celebrou missa no Santuário Nacional de Aparecida. Mais de 200 mil pessoas acompanharam a cerimônia. O pontífice também se reuniu com líderes da CNBB e do Celam.

Discurso destacou juventude e responsabilidade social

A visita teve forte apelo junto aos jovens. “A Igreja conta com vocês e o papa conta com vocês”, afirmou o pontífice. Ele convocou a juventude a buscar a felicidade e resistir à cultura do provisório.

“Peço que vocês sejam revolucionários, peço para vocês irem contra a corrente, peço que se rebelem contra essa cultura do provisório”, declarou Francisco durante a jornada.

O papa almoçou com jovens na sede da Arquidiocese do Rio. Também participou de confissões na Quinta da Boa Vista e visitou detentos no Palácio São Joaquim.

A mensagem de despedida foi marcada pela emoção. “Parto com a alma cheia de recordações felizes, essas, estou certo, que se tornarão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades”, disse.

Protestos marcaram passagem pelo Brasil

Grupos protestaram contra os custos da JMJ e a posição da Igreja em temas como direitos LGBT e aborto. A ONG Católicas pelo Direito de Decidir distribuiu uma carta pedindo mudanças.

Um dos protestos foi um “beijaço gay” em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado. Outro ato, a Marcha das Vadias, ocorreu em Copacabana durante a vigília da JMJ.

“Viemos apresentar um contra-discurso e demonstrar que a posição do papa e do Vaticano não é a única”, afirmou Kelly de Oliveira, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir.

Francisco comentou os protestos. “Entre a indiferença egoísta e os protestos violentos sempre há uma opção possível: o diálogo”, disse em um de seus discursos.

Esquema de segurança foi o maior desde o Pan de 2007

Mais de 20 mil agentes atuaram na segurança durante a visita. Em Aparecida, dois mil policiais reforçaram a vigilância. O Exército e a Marinha também participaram da operação.

A Marinha intensificou patrulhas na Baía de Guanabara e na orla. O Exército concentrou ações em locais de grande circulação, como a Central do Brasil e Copacabana.

As tropas de elite realizaram inspeções contra ameaças químicas e biológicas. Mesmo com o esquema montado, uma bomba caseira foi encontrada no Santuário de Aparecida.

O prefeito do Rio à época, Eduardo Paes, admitiu falhas. O congestionamento que travou o comboio papal e a falta de controle da multidão na chegada foram pontos críticos.

turismo.ig.com.br

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