quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Ônibus turístico: quando vale a pena e quando é uma roubada

Sabe aqueles ônibus vermelhos de turismo, que passam pelos principais pontos da cidade e permitem que você suba e desça quantas vezes quiser? Eu era completamente avesso a esses passeios. Achava coisa de “turistão”, que não mostra de verdade a essência da cidade. Só que, com o tempo, a minha cabeça mudou. Hoje eu enxergo esses ônibus de outra forma, desde que você saiba quando vale a pena e quando é uma roubada.

A verdade é que esse tipo de tour pode salvar o seu último dia de viagem, ou pode fazer você perder horas preso no trânsito sem aproveitar nada. Por isso, eu dividi aqui os momentos em que eu recomendo e os momentos em que eu evito esse passeio:

Quando vale a pena
1. Depois de explorar a cidade a pé e de metrô
Se você já fez a cidade inteira caminhando ao longo de alguns dias, o ônibus turístico é uma forma menos cansativa de observar tudo novamente sob outra perspectiva, e às vezes te levar em lugares inéditos. No “dia extra”, quando o corpo já pede descanso, esse passeio entra como alternativa leve e panorâmica.

2. Dia de voo de volta, com pouco tempo disponível
Seu voo só sai no meio da tarde? Não dá para fazer um passeio completo, uma visita longa a museu ou um bate-volta. O ônibus turístico “fecha a viagem” com chave de ouro: você aproveita a cidade sem compromisso, sem pressa e sem desgaste, fazendo seu horário…

3. Quando bate aquela falta de opção viável
Às vezes você já viu tudo o que queria, mas ainda quer ter uma última experiência. O ônibus resolve: ele cria uma despedida visual da cidade.

4. Quem está com mobilidade reduzida (ou viajando com crianças)
Nesses casos, o ônibus vira um aliado. Você consegue circular pelos pontos turísticos com muito menos esforço físico.

5. Quando o ônibus é também meio de transporte
Aqui a lógica muda completamente. Em destinos como Gramado e Canela, o ônibus turístico funciona quase como linha turística estruturada, com paradas onde você realmente desce para visitar os atrativos. É coringa e, muitas vezes, mais econômico do que fazer cada deslocamento de forma independente (taxi ou uber). Diferente dos passeios panorâmicos das grandes capitais, você usa o ônibus para chegar onde quer ir, e não só para olhar de longe.


Quando é uma roubada

1. Fazer o ônibus como único e principal passeio da viagem
Se você usar apenas o hop-on hop-off como experiência, sem caminhar pela cidade, sem explorar a pé, sem entrar nos lugares, o passeio tende a ser superficial. Você vê muito, mas vive pouco.

2. Fazer durante a semana em cidade grande
Em cidades como Paris, Nova York, Londres, Barcelona, Madri e Lisboa, de segunda a sexta, o trânsito pode ser pesado! E o resultado? Você passará mais tempo parado em congestionamento do que apreciando a vista e curtindo o passeio.

3. Dias frios, chuvosos ou com vento gelado
O melhor ponto para visualizar a cidade, de dentro do ônibus, é sempre o segundo andar, porém, se estiver frio intenso, chovendo, nevando, ou com muito vento, esqueça essa possibildade. Você só irá sofrer, não irá aproveitar nada e acabará preso no primeiro andar (que geralmente é fechado e rouba toda a graça da experiência).

4. Quando o clima não permite ficar no andar aberto
Porque aí você paga por um passeio panorâmico sem panorama. A vista fica limitada e a experiência perde totalmente o sentido.

No final das contas, a decisão sobre o ônibus turístico depende de três fatores:
– A logística da cidade (Gramado x Paris não são a mesma coisa)
-O tempo que você tem (último dia, voo no fim da tarde, cansado de andar)
– O seu estilo e a sua mobilidade (cansa rápido, está com criança, quer descanso)
– O ônibus vermelho pode ser apenas um tour “turistão”, ou pode ser exatamente aquilo que faz o seu dinheiro valer a pena, tudo depende da estratégia.

Faça:
– Final de semana (preferência domingo)
– Clima ameno, sem chuva
– Após explorar a cidade a pé

Evite:
– Dias úteis com trânsito
– Frio intenso ou chuva
– Usar como único passeio da viagem

No fim das contas, não existe certo ou errado. Existe quando faz sentido e quando vira cilada.

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