Um turista norueguês de 21 anos, Mads Mikkelsen (não confundir com o ator dinamarquês), teve sua entrada nos Estados Unidos negada no Aeroporto Internacional Newark Liberty no dia 11 de junho, após agentes de imigração encontrarem um meme do vice-presidente JD Vance em seu celular. No entanto, as autoridades afirmam que o real motivo da deportação foi o uso de drogas admitido pelo jovem. As informações são da Time.
Mikkelsen relatou também ao jornal norueguês Nordlys que foi interrogado por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), que ameaçaram multá-lo em US$ 5.000 (R$ 27.734) ou prendê-lo por cinco anos caso se recusasse a fornecer a senha do seu telefone. Após ceder, ele foi deportado para a Noruega.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais, com críticos do governo Trump acusando as autoridades de censura política. Influenciadores como o ex-congressista Adam Kinzinger e o ativista Brian Krassenstein compartilharam a história, incentivando a circulação de mais memes de Vance — que se popularizaram após um tenso encontro entre o presidente Donald Trump e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky em fevereiro.
Drogas, não política, diz governo
O Departamento de Segurança Interna (DHS) negou veementemente que a deportação tenha relação com o meme. Em um comunicado para a Time, a porta-voz Tricia McLaughlin classificou as alegações como “falsas” e “besteira”. Já a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) afirmou que Mikkelsen foi barrado devido a “seu uso de drogas admitido”.
O jovem reconheceu que os agentes encontraram em seu celular uma foto de um cachimbo de madeira que ele mesmo fabricou anos atrás. Durante o interrogatório, ele também foi questionado sobre tráfico de drogas, extremismo e até terrorismo, além de ter sido obrigado a fornecer uma amostra de sangue.
Crescente rigor na imigração
O incidente ocorre em meio a políticas mais duras de imigração no segundo mandato de Trump. Além de restrições a viajantes de certos países, o governo passou a exigir verificações reforçadas em redes sociais para vistos de estudante e monitorar imigrantes indocumentados por supostas “atividades antissemitas”.