A Noruega entrou com força no turismo de auroras e acaba de ganhar destaque com uma experiência pouco conhecida fora da Europa: o chamado Northern Lights Train, uma viagem noturna que promete levar passageiros a áreas remotas e escuras do Ártico, onde a probabilidade de observar a aurora boreal é maior. A rota parte de Narvik, no extremo norte do país, e segue pela histórica Ofoten Line, um trecho ferroviário centenário cercado por montanhas geladas, lagos e vilarejos isolados.
Ao contrário de publicações virais que circulam nas redes sociais, não se trata de um trem panorâmico com teto de vidro. A experiência é mais simples e autêntica: os passageiros viajam à noite, acompanhados por um guia especializado, e fazem paradas estratégicas em áreas livres de poluição luminosa. Em muitos casos, é possível descer do trem para procurar o fenômeno, tirar fotos e observar o céu com clareza total.
Além do passeio em si, os viajantes recebem informações científicas sobre atividade solar, previsões geomagnéticas e condições climáticas em tempo real, algo essencial para identificar o melhor momento de visualizar as luzes. A proposta lembra uma “caça à aurora”, combinando natureza, ciência e aventura.
A temporada oficial acontece durante o inverno, entre setembro e março, época em que as noites são mais longas no Ártico. É importante lembrar que a aurora boreal é um fenômeno natural, portanto não há garantia de visualização, mas as empresas que operam os passeios utilizam dados de satélite, sensores e monitoramento atmosférico para aumentar as chances de encontrar o espetáculo no céu.
O Northern Lights Train vem chamando a atenção não apenas pelo visual, mas também pelo movimento sustentável. A Noruega já é referência mundial no uso de energia renovável e vem buscando substituir as excursões rodoviárias por alternativas com menor impacto ambiental, como deslocamentos ferroviários.
A proposta não é de luxo, e sim de experiência imersiva, com silêncio, escuridão e contato direto com a natureza, sem filtros e sem artifícios tecnológicos. Para fãs de viagens diferentes, curiosos e exploradores, essa pode ser uma das formas mais originais de viver o inverno no norte da Europa.









