A prefeita de Las Vegas, Shelley Berkley, lançou um apelo aos turistas, especialmente canadenses, que historicamente representam a maior fatia de visitantes internacionais da cidade. A declaração chega em meio a um cenário preocupante para a economia local, marcada por queda no fluxo de turistas e aumento de custos. As informações são da BBC.
Segundo Berkley, a movimentação de visitantes estrangeiros passou de “uma torneira aberta para um gotejamento”. Ela destacou que o mesmo ocorre com o turismo mexicano, embora os dados mais recentes indiquem crescimento de passageiros do país na cidade.
Estatísticas refletem a retração
Em julho, Las Vegas registrou 3,2 milhões de visitantes — queda de 12% em relação ao ano anterior — marcando o sétimo mês consecutivo de recuo no turismo, segundo a Las Vegas Convention and Visitors Authority (LVCVA). O Aeroporto Internacional Harry Reid também registrou 287 mil passageiros a menos no mesmo período, uma redução de 5,7% em relação a 2024.
Especialistas apontam que a retração coincide com o aumento das tarifas impostas pelo governo Trump e mudanças na política de imigração, além da incerteza econômica que leva os consumidores a reduzir gastos discricionários.
Las Vegas como termômetro da economia
Para Andrew Woods, da Universidade de Nevada, a cidade é um indicador da saúde econômica nacional.
“Grande parte do orçamento do estado e muitos empregos dependem de lazer e hospitalidade. Quando o turismo cai, os efeitos são imediatos”, explica.
O aumento de preços também tem afastado visitantes. Restaurantes e hotéis, antes acessíveis, hoje praticam tarifas elevadas e cobranças extras, tornando a cidade menos atraente para quem busca entretenimento econômico.
Canadá lidera retração internacional
A redução mais significativa vem do Canadá, principal origem de turistas internacionais. Especialistas atribuem o recuo principalmente a tarifas e à retórica política do presidente americano. Para muitos canadenses, a percepção de insegurança e descontentamento político tem sido fator decisivo na hora de planejar viagens.
Cenário nacional
Apesar do impacto local mais evidente, o declínio também se reflete em outras partes dos EUA. Dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo indicam que os gastos de visitantes internacionais devem cair cerca de 12 bilhões de dólares em 2025, única retração prevista entre os principais destinos globais.
Para moradores e trabalhadores da cidade, o efeito é sentido no dia a dia. Motoristas de táxi e aplicativos de transporte relatam redução no número de passageiros, enquanto hotéis registram menor ocupação.
Em meio ao cenário desafiador, a prefeita Berkley mantém a esperança: “Queremos que as pessoas venham, se divirtam e voltem para casa… e voltem em seis meses.”