quinta-feira, 28 de agosto de 2025

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Ilha das Cobras: conheça a região onde lancha naufragou

O litoral de São Paulo voltou a ser palco de um trágico acidente náutico próximo à chamada Ilha das Cobras, região conhecida pela alta densidade de serpentes e acesso restrito. A lancha Jany, que havia desaparecido no último sábado (23) com três pessoas a bordo, foi localizada nesta quarta-feira (27) nas proximidades da Ilha das Palmas, no Guarujá.

Equipes de resgate encontraram o segundo corpo, que aguarda perícia antes de ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande para identificação. Um dia antes, na terça-feira (26), o corpo de uma mulher já havia sido reconhecido por familiares no IML de Caraguatatuba, após ser localizado próximo à praia de Barra do Sahy.

A Marinha do Brasil confirmou que a embarcação foi avistada por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na região da Praia da Baleia e agora está a bordo do Navio-Patrulha Guajará. Nenhuma vítima foi encontrada nas proximidades do barco. As buscas seguem com o apoio do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) para localizar o terceiro tripulante, cujo paradeiro ainda é desconhecido.

Um lugar inóspito e proibido

A Ilha das Cobras, oficialmente chamada de Ilha da Queimada Grande, faz parte da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande, sob gestão do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Localizada a cerca de 35 km da costa, entre Peruíbe e Itanhaém, a ilha não possui praias e é famosa pela densidade de serpentes , incluindo a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), espécie endêmica e considerada a mais peçonhenta do país.

O acesso é rigorosamente restrito, permitido apenas a pesquisadores credenciados que realizam estudos sobre evolução, ecossistema e conservação. A entrada exige equipamentos de segurança específicos, como ganchos e tubos de contenção, devido à presença das cobras, muitas vezes espalhadas pelo chão e pelas árvores.

Segundo cientistas, a ilha estava ligada ao continente há cerca de 11 mil anos. Com a elevação do nível do mar, ficou isolada, forçando as cobras a se adaptarem. A jararaca-ilhoa desenvolveu hábitos diurnos e caça aves nas árvores, já que presas terrestres são escassas. O veneno da espécie é cinco vezes mais potente que o de suas parentes continentais, mas não é considerado mais letal, de acordo com especialistas.

O naufrágio

O alerta sobre a lancha desaparecida foi recebido pelo GBMar por volta das 18h de sábado, quando o proprietário de uma marina informou que havia recebido um pedido de socorro de um dos tripulantes, mas o contato foi perdido logo em seguida. A lancha Jany afundou perto da ilha, e apenas dois corpos foram encontrados até agora.

A Marinha instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e reforçou a importância da manutenção preventiva das embarcações, da checagem de equipamentos e da atenção aos avisos de mau tempo. Em emergências náuticas, a orientação é acionar imediatamente o número 185.

turismo.ig.com.br

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