segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

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Hospedagens 50+: o que o público idoso busca em um hotel

Fonte: IG TURISMO

A população está envelhecendo, é o que aponta um  estudo realizado em 2021 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa, até 2100, estima-se que a população idosa no Brasil será de 40,3%, número que ultrapassará a casa de 60 milhões de pessoas.

Em outro estudo,  realizado pelos pesquisadores da Penn State (Universidade Estadual da Pensilvânia), National Open University e Lunghwa University of Science and Technology, foi concluído que os idosos que aliam atividades ao ar livre com suas relações sociais são os que usufruem de um maior bem-estar.

Dados como estes impactam diretamente não somente em cenários macroeconômicos e previdenciários, mas também acerca de como essa longevidade será cuidada.

Com isso, é natural que áreas de serviço, como a hoteleira, busquem oferecer atendimentos e condições especiais para essa faixa de público, seja com acomodações acessíveis, descontos nos pagamentos, entre outras comodidades.

Medidas de segurança e acessibilidade, sem esquecer do lazer

Muitos hotéis mostram preocupação ao oferecer medidas de segurança e acessibilidade aos seus hóspedes de melhor idade, entre as quais estão as rampas de acessibilidade, barras de segurança em ambientes como os banheiros, pisos antiderrapantes, cores fortes e até uma iluminação especial.

Nos hotéis da Rede Promenade Bonito All Suites, em Bonito, Mato Grosso do Sul; Link Stay, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro; e no Soho, em Campos dos Goytacazes, também no Rio, há quartos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida, barra de apoio no banheiro, largura das portas diferenciada, olho mágico e bancadas em altura mais baixa.

No Grand Hyatt, outra hospedagem da Cidade Maravilhosa, são 22 acomodações com este perfil, entre elas, duas suítes que possuem sala de estar e, em alguns casos, closet independente.

Os banheiros possuem chuveiros mais espaçosos, com barras de apoio, sanitários acessíveis e cadeira portátil. As varandas acompanham o nível do quarto, possibilitando que cadeiras de rodas entrem com facilidade e evitando quedas.

Nos hotéis Hilton Barra e Hilton Copacabana, ambos no Rio, os quartos têm corredores mais largos para passar uma cadeira de rodas, se necessário, e nos banheiros há cortinas ao invés de box de vidro, banco e barras de apoio.

O complexo Jurema Águas Quentes, localizado no Paraná, conta com uma estrutura para receber uma demanda expressiva de pessoas idosas. Nos dois resorts do complexo, tanto no Lagos de Jurema Termas Resort quanto no Jardins de Jurema Termas & Convention Resort, o público desta faixa etária representou a maior parte dos hóspedes de janeiro a junho deste ano.

Hotel exclusivo para idosos

Também no Paraná, o Elissa Village é um caso a parte já que possui uma estrutura 6 estrelas voltada exclusivamente para idosos. São três pilares principais: hotelaria, moradia, estudo e pesquisa.

“É um empreendimento totalmente construído pensando nos longevos. Em uma área de 300 mil m² envolto pela natureza, temos 6 mil metros quadrados de área construída, com 74 apartamentos”, diz Edson Matos, CEO do empreendimento.

Ele garante que a construção não foi adaptada. “É um conceito de atenção às pessoas com mais de 60 anos de idade, inspirado em grandes cases europeus e norte-americanos”, afirma.

Parte significativa do público

Apenas em 2023, de janeiro a setembro, pessoas acima de 65 anos representaram 38% dos hóspedes do complexo Jurema, no Paraná, que se destaca pela proximidade com a natureza, além de oferecer piscinas com águas naturalmente aquecidas e um spa completo.

Nos hotéis Grand Hyatt, do Rio, 28,1% dos hóspedes ocupam a faixa de 46 a 55 anos, enquanto 20,1% estão acima dos 56 anos.

Considerando uma média geral da Promenade Hotelaria, em Bonito (MS), 30% do público recebido tem 50 anos ou mais. Para Palladium, Bonito e Pancetti a média sobe, chegando aos 44,5% (considerando dados de 2023).

O que o público busca ao escolher hospedagem

Além da comodidade oferecida pelos serviços (unindo acessibilidade e segurança), os turistas buscam conhecer novos ambientes e aproveitar a fase idosa da melhor forma, seja conhecendo o mundo ou apenas relaxando em um ambiente confortável.

Aposentado, Moacir Coutinho, de 66 anos, é do tipo de hóspede que se atrai pela comodidade, logística, boa comida e contato com a natureza. Ao iG Turismo, ele conta que frequenta o mesmo resort desde 1996, já tendo se hospedado ao menos 140 vezes desde a primeira vez.

“A alimentação me atrai muito, assim como o conforto da hospedagem. E um bom atendimento faz toda a diferença”, ressalta o aposentado viajante. Para ele, se hospedar em um resort é uma forma de relaxar, optando pelo Jurema Águas Quentes por ser perto de sua casa. “Eu gosto muito das piscinas quentes, disponíveis 24 horas. Se eu quiser ir lá 2 horas da manhã, ou a qualquer hora do dia e da noite, elas estão lá.”

Já a artista plástica Lucia Martins Coelho Barbosa tem um perfil bem diferente. Além de turista, ela costuma viajar para estudos e exposições. Embora não repita muitas hospedagens, por estar sempre em regiões diferentes, ela assume algumas preferências.

“Gosto do conforto e acessibilidade da rede Hilton. Curti muito ficar no Hilton Puerto Madero [em Buenos Aires, naArgentina] com minha família, e o Fontanaible em Miami Beach [nos Estados Unidos], ou os hotéis na Promenade de Fort Lauderdale”, diz ela ao iG Turismo.

Preferências na hora de se hospedar

Moacir destaca que, o primeiro fator, ainda é a logística: “Não pode ser um lugar muito longe, porque aí depende de avião… o que não é um problema, mas as passagens aéreas são bem caras. Então, ter um local perto de nossa região fica mais fácil escolher.”

Para Lucia, é exatamente o oposto. “Eu procuro lugares longe da minha residência. Procuro visitar com constância a  Europa e os Estados Unidos, onde tenho filhos morando e, também, é o berço dos melhores artistas que costumo visitar”, diz ela, ressaltando que busca cultura e conhecimento nos destinos em que visita: “São inspiradores para minha arte.”

Ao escolher um hotel, a artista diz que prefere “lugares confortáveis e com assinatura, pode ser uma pousada de charme, hotéis boutique e até um hotel familiar.”

Atendimento diferenciado

“Quando a gente atinge uma certa idade, a gente procura comodidade”, diz Moacir. “A gente gosta de lazer, de viver bem, e procura locais que ofereçam isso para a gente.”

Neste quesito, Lucia afirma que não leva em consideração um atendimento mais voltado especificamente para uma faixa etária específica. “Eu procuro o ambiente porque gosto de ver pessoas jovens, ativas e pensantes, de cabeça boa”, diz.

Para a artista plástica, o faz diferença ao escolher um local para se hospedar é a paisagem. “E levo, também, em consideração hotéis que estão em cidades históricas — como Paraty (RJ) e  Ouro Preto (MG) — e cidades a beira mar, com hotéis que tem vista, como o Fairmont no Rio.”

Destaques em uma hospedagem

Moacir aponta que busca um local com boa comida, atendimento diferenciado e, especialmente, um local com meio ambiente bem preservado. “Gosto de ver as matas, as árvores, os córregos, tudo muito bem conservado. Além, é claro, das piscinas aquecidas que me atraem muito.”

Lucia afirma que nunca olhou cardápio de hotéis, pois prefere comer fora e andar pelas vizinhanças em busca de novos sabores. Contudo, a artista concorda que um bom atendimento faz toda a diferença: “A gentileza do staff, saber dar um atendimento eficaz e competente”, elenca.

“Quanto as comodidades eu gosto de lençóis bem macios e confortáveis, toalhas brancas e quartos amplos, claros e arejados. Se possível uma banheira com sais e utilizar o spa do hotel, se tiver”, completa a artista plástica.

“O meio ambiente, para mim é muito importante, gosto quando há preocupação com a conservação das árvores, das matas, dos córregos, e tudo mais. E as piscinas também, água quente então me atrai muito”, finaliza Moacir.

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