Nos últimos dias, Gol e Azul anunciaram o fim da sua parceria de codeshare, um termo que pode parecer complicado, mas que na prática está bastante presente no dia a dia da aviação comercial. Mas afinal, o que isso significa e por que impacta o passageiro?
O que é codeshare? O termo codeshare vem do inglês e significa literalmente “compartilhamento de código”. É um acordo entre duas ou mais companhias aéreas em que um mesmo voo pode ser vendido por diferentes empresas, cada uma com seu próprio código e número de voo.
Na prática, isso permite que uma companhia aérea comercialize passagens para destinos onde ela não voa diretamente, usando a malha de outra empresa parceira. O passageiro compra o bilhete com a companhia “X”, mas pode embarcar em uma aeronave da companhia “Y”.
Exemplo simples: Imagine que você queira voar de São Paulo para uma cidade pequena nos Estados Unidos. A Gol, sozinha, não chega até lá. Mas se ela tiver um acordo de codeshare com a American Airlines, por exemplo, você pode comprar toda a viagem diretamente com a Gol, incluindo o trecho operado pela American. Assim, o passageiro tem mais opções de destinos sem precisar comprar bilhetes separados.
Quem ganha com isso? O grande benefício para o cliente é a conveniência. Ele pode acumular milhas em apenas um programa de fidelidade, despachar a mala até o destino final e ter todo o itinerário em uma única reserva. Para as companhias aéreas, é uma forma de ampliar a rede de destinos sem precisar criar novas rotas próprias.
Exemplos de codeshare pelo mundo: Esse tipo de acordo é comum e praticamente todas as grandes companhias aéreas mantêm parcerias. Alguns exemplos:
LATAM e Delta Air Lines: têm um acordo que facilita conexões entre América do Sul e Estados Unidos. Lufthansa e United Airlines: parceria dentro da aliança Star Alliance, cobrindo trechos entre Europa e América do Norte. Qatar Airways e American Airlines: conectam passageiros da Ásia e do Oriente Médio a centenas de cidades nos EUA. Air France e KLM com Gol (no passado): permitiam que passageiros da Europa comprassem trechos dentro do Brasil em voos da Gol.
O caso Gol e Azul: O acordo assinado em 2024 tinha como objetivo ampliar a conectividade dentro do Brasil, mas agora será desfeito. As empresas garantem que todos os bilhetes já emitidos continuam válidos, mas daqui para frente cada companhia comercializará apenas suas próprias rotas.