segunda-feira, 13 de outubro de 2025

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Gastos com viagens nacionais batem R$ 22,8 bi em 2024

O total gasto pelos brasileiros em viagens nacionais com pernoite alcançou R$ 22,8 bilhões em 2024, um aumento de 11,7% em relação a 2023. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam a continuidade da recuperação do setor de turismo após os impactos da pandemia de covid-19.

Em 2023, os gastos somaram R$ 20,4 bilhões, um crescimento expressivo de 77,7% em relação a 2021, ano marcado por restrições de mobilidade e barreiras sanitárias. Os valores apresentados já consideram a inflação do período, ou seja, correspondem a cifras reais.

A pesquisa faz parte de uma edição especial da Pnad Contínua voltada para o turismo e foi realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério do Turismo, embora o convênio não tenha vigorado em 2022.

Por que os gastos aumentaram se o número de viagens não cresceu?

Apesar do recorde de gastos, o número de viagens se manteve praticamente estável em 20,6 milhões em 2024. O levantamento também apontou que o número de domicílios com pelo menos um morador viajante nos três meses anteriores à pesquisa ficou em 15 milhões, representando 19,3% do total — uma leve queda em relação aos 19,8% de 2023.

Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, o aumento nos gastos, mesmo com a estabilidade do número de viagens, indica que os brasileiros estão realizando viagens mais longas ou com despesas mais elevadas.

“O tipo de viagem mudou, houve aumento no custo médio por pessoa” , explica.

Nordeste lidera gastos, Distrito Federal lidera gastos por origem
O gasto médio por viagem com pernoite no Brasil subiu para R$ 1.843 em 2024, frente a R$ 1.706 em 2023. Já o gasto diário por pessoa ficou em R$ 268, superior ao registrado em 2021 (R$ 243) e 2023 (R$ 253).

O Nordeste é a região onde os viajantes mais gastam, com média de R$ 2.523 por viagem. O Sul também fica acima da média nacional, com R$ 1.943. As demais regiões ficam abaixo: Sudeste (R$ 1.684), Centro-Oeste (R$ 1.704) e Norte (R$ 1.263).

Entre os estados, os três destinos mais caros estão no Nordeste: Alagoas (R$ 3.790), Ceará (R$ 3.006) e Bahia (R$ 2.711). Já os estados do Norte apresentam os menores gastos: Rondônia (R$ 930), Acre (R$ 1.019), Amapá (R$ 1.061) e Pará (R$ 1.085).

Quando a análise considera a origem da viagem, os moradores do Distrito Federal se destacam, com gasto médio de R$ 3.090 por viagem, seguidos por São Paulo (R$ 2.313).

“O alto gasto do DF reflete a renda per capita elevada da região” , afirma Kratochwill.

Renda influencia diretamente no turismo

A pesquisa confirma a relação direta entre renda e gasto com viagens. Em domicílios com renda inferior a meio salário mínimo por pessoa, o gasto médio ficou em R$ 802. Já nas famílias com rendimento a partir de dois salários mínimos, o valor supera a média nacional, chegando a R$ 3.032 entre os que recebem quatro ou mais salários mínimos.

A falta de dinheiro foi apontada como principal motivo para não viajar, citada por 39,2% dos entrevistados, quase o dobro da segunda causa, falta de tempo (19,1%). Entre famílias de baixa renda, a ausência de recursos financeiros é ainda mais determinante, chegando a 55,3% entre quem ganha menos de meio salário mínimo.

Características das viagens

A Pnad também mostrou que 96,7% das viagens foram nacionais e, dessas, 80,9% permaneceram na mesma região de origem. Viagens curtas, com até cinco pernoites, representam 75,5% do total.

O Distrito Federal lidera a proporção de domicílios com pelo menos um viajante, com 26,7%, acima da média nacional de 19,4%. Para Kratochwill, além da renda, a posição estratégica da capital federal, que recebe deslocamentos de trabalho e familiares de outras regiões, contribui para esse resultado.

turismo.ig.com.br

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