O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou, no dia 6 de setembro de 2025, mudanças significativas no processo de solicitação de vistos não imigrantes. A partir de agora, todos os solicitantes devem agendar entrevistas exclusivamente no país onde possuem nacionalidade ou residência legal, eliminando a possibilidade de buscar consulados em outros países com prazos mais curtos.
A nova exigência deve aumentar a fila de agendamentos em nações de alta demanda, como Brasil e Índia, além de impactar cidadãos de países sem representação consular americana, como os afegãos, que precisarão se dirigir a Islamabad (Paquistão), e os russos, redirecionados a Astana (Cazaquistão) ou Varsóvia (Polônia).
A decisão se soma ao fim do “ interview waiver ” (dispensa de entrevista), anunciado dias antes, que até então beneficiava menores de 14 anos, idosos com mais de 79 e alguns candidatos à renovação de vistos. Com isso, quase todos os solicitantes (incluindo turistas, estudantes e profissionais temporários) deverão comparecer a uma entrevista presencial.
Nos casos de prorrogação de status para quem já está em território americano, nada muda: os pedidos continuam sendo processados pelo USCIS, via formulário I-129, sem necessidade de visita ao consulado.
Outra novidade no processo de emissão de vistos americanos (já amplamente divulgada, mas sempre necessário ser lembrada) é a introdução da chamada “ Visa Integrity Fee ”, que é a taxa extra de US$ 250 (aproximadamente R$ 1.360) que será cobrada de todos os solicitantes de vistos não imigrantes, como os de turismo (B-1/B-2), estudante, trabalho temporário, intercâmbio e outros. Essa cobrança, prevista para entrar em vigor em 1º de outubro de 2025 (início do ano fiscal americano) ainda não teve sua data exata confirmada pelas autoridades.
A taxa será aplicada sempre que o visto for emitido e não poderá ser dispensada ou reduzida. A legislação indica que o valor pode ser reembolsado após o término do período de validade do visto, desde que o requerente tenha cumprido todos os termos da autorização (como não ultrapassar a estadia permitida, não trabalhar irregularmente e sair do país dentro do prazo ou solicitar renovação legal do status).
Essa mudança aumentará o custo total do visto de forma significativa. Por exemplo, um visto de turista que atualmente tem tarifa-base de US$ 185 passaria a custar cerca de US$ 435, considerando a adição da nova taxa. Pressões do setor de turismo sugerem que esse aumento pode desestimular visitantes estrangeiros, justamente em um momento em que os EUA se preparam para eventos internacionais como a Copa do Mundo de 2026 e as Olimpíadas de 2028.
