A morte da brasileira Juliana Marins, durante uma escalada na Indonésia, acendeu o alerta para os perigos das atividades em ambientes naturais. Com a chegada da “temporada de montanhas”, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) reforça a importância do planejamento, do uso de equipamentos adequados e do acompanhamento profissional para evitar tragédias.
“O planejamento é fundamental. Na primeira vez, é muito importante a pessoa ir com alguém que já conheça o trajeto: um guia, alguém experiente. Além disso, existem vários aplicativos de trekking onde você acha a trilha já formada e marca a sua própria trilha. Esse é o planejamento inicial para pensar em ir para uma trilha”, diz o major Ícaro Gabriel Greinert, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), à Secretaria da Segurança Pública.
Segundo o profissional, entre julho, agosto e setembro, turistas são atraídos pelas áreas montanhosas da região. “Nossas montanhas recebem muitos visitantes, de todos os tipos: desde pessoas muito experientes àquelas pessoas que não têm preparo nenhum”, avalia.
“O primeiro alerta que a gente faz é ter uma condição física razoável. Grande parte do atendimento do GOST é de pessoas que ou não conseguem atingir o cume das montanhas, ou atingem e chegam à exaustão física. Ela não está machucada, não tem lesão, mas chegou à exaustão. É muito difícil sair dessa condição”, ressalta Ícaro.
Itens indispensáveis
Levar uma mochila com mapas, alimentos e dispositivos eletrônicos, como celulares e carregadores portáteis, são essenciais para este tipo de trilha. Os bombeiros enfatizam que, caso uma ocorrência inesperada aconteça, esses itens podem auxiliar os turistas, principalmente caso seja necessário esperar por socorro.
“Orientamos a pessoa a ter o mínimo de comida para sobreviver de 2 a 3 dias, porque o tempo pode fechar, ela pode ter uma lesão, alguma coisa pode acontecer e essa pessoa pode necessitar aguardar por um resgate”, explica o major.
Como pedir ajuda?
Diante de imprevistos em ambientes de montanha, manter o controle emocional pode fazer toda a diferença. Caso precise de ajuda, a recomendação é entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
Se acabar se perdendo, o ideal é não continuar caminhando aleatoriamente. Isso porque, além de se afastar ainda mais da trilha, pode dificultar sua localização pelas equipes de resgate.
Nessas situações, a melhor estratégia é permanecer em um ponto seguro, de preferência próximo a alguma fonte de água, conservar a carga do celular e, sempre que possível, usar sinalizadores como apito de emergência para mostrar onde está.
“As pessoas têm que levar em conta que o resgate pode demorar, mesmo aqui na Serra do Mar. Dependendo das trilhas, a gente pode levar 4 a 6 horas para acessar essa vítima, até porque a gente vai com equipamentos. Com condições climáticas favoráveis, podemos usar as aeronaves do BPMOA (Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas) para dar agilidade, mas se o tempo fechar, o deslocamento é por terra. Aí demora mais”, salienta Ícaro Gabriel Greinert.