Esqueça a ideia de que para visitar a Amazônia é preciso abrir mão do conforto. O velho estereótipo do “perrengue” na selva, do calor insuportável e de dormir em redes com mosquitos está mais ultrapassado do que nunca.
Com a COP30 acontecendo em Belém, os olhos do mundo se voltaram para o norte do país, e o turismo de luxo na região respondeu com sofisticação. Mais importante: ele respondeu com responsabilidade.Mas, em tempos de “greenwashing”(o marketing verde enganoso), como saber se um hotel é “eco” de verdade? A resposta está em projetos que vão além de pedir para reutilizar a toalha. São hotéis que integram comunidades locais, geram a própria energia limpa e tratam 100% do esgoto que produzem no meio da floresta.Selecionamos cinco hotéis na Amazônia que provam que o luxo verdadeiro, hoje, é ser sustentável.
1. Anavilhanas Jungle Lodge (Amazonas)
Localizado em Novo Airão, no estado do Amazonas, este lodge fica em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo. Famoso pelos, bangalôs com paredes de vidro e piscinas privativas com vista para o Rio Negro, o Anavilhanas é um ícone de como integrar luxo à paisagem.
Por que é sustentável? O hotel possui uma estação de tratamento de esgoto biológico própria (devolvendo água limpa ao rio) e investe pesado em placas de energia solar, provando que é possível ter ar-condicionado e um impacto ambiental mínimo.2. Cristalino Lodge (Mato Grosso)Situado no sul da Amazônia, em Alta Floresta, no estado de Mato Grosso, este lodge é uma referência mundial para observação de aves. Eleito diversas vezes como um dos melhores hotéis “eco” do planeta, o Cristalino leva a sustentabilidade a sério.Por que é sustentável? O hotel protege uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) gigante, maior que a área de muitas cidades. Além de neutralizar 100% de seu carbono e tratar todos os resíduos, ele financia ativamente pesquisas científicas. O luxo aqui é subir na torre de observação de 50 m (metros) e ver a floresta intocada.3. Juma Amazon Lodge (Amazonas)
Em uma área remota do município de Autazes, cidade do estado do Amazonas, o Juma é famoso por seus bangalôs construídos sobre palafitas na altura da copa das árvores. A experiência é de imersão total, com o som do rio e da floresta sendo a trilha sonora.
Por que é sustentável? O Juma foi pioneiro em muitas práticas. Toda a água utilizada é aquecida por energia solar e o hotel tem um rigoroso programa de compostagem e reciclagem, um desafio logístico imenso em uma área acessível apenas por barco.
4. Mirante do Gavião (Amazonas)
Voltamos a Novo Airão, no Amazonas, para este que é um projeto de arquitetura premiado. Com um design que imita casas-barco invertidas, o Mirante do Gavião se destaca pelo uso de madeira de reflorestamento e por um sistema de “biopiscina” que não utiliza cloro, sendo filtrada por plantas.
Por que é sustentável? O design não é apenas bonito, é funcional. Ele favorece a ventilação natural (reduzindo o uso de ar-condicionado) e o projeto prioriza a contratação e treinamento de mão de obra local, sendo um motor econômico para a cidade.5. Uakari Lodge (Pousada Uacari – Amazonas)Este é, talvez, o projeto mais radical e autêntico de sustentabilidade da lista. Localizado na Reserva Mamirauá, perto de Tefé, no estado do Amazonas, o Uakari é um lodge flutuante (ele sobe e desce conforme o nível do rio).Por que é sustentável? É um negócio de impacto social. O hotel é 100% gerido pelas próprias comunidades ribeirinhas. Todo o lucro é reinvestido na comunidade e na conservação da floresta. O conforto aqui não está em uma piscina de borda infinita, mas na experiência autêntica e na certeza de que sua estadia financia diretamente a proteção da Amazônia.
