Enquanto motoristas em metrópoles como Londres e Nova York estão acostumados a pagar pedágios para entrar com seus carros, moradores e turistas de Bolzano, no norte da Itália, podem em breve enfrentar uma cobrança inusitada: um imposto sobre cães.
Um projeto de lei em análise pelo conselho provincial prevê que donos de animais paguem cerca de 1,50 euro por dia (aproximadamente R$ 9,40) ao levar seus pets à cidade. A medida também afetaria moradores, que poderiam desembolsar até 100 euros anuais (R$ 610) por cada cão. Se aprovado, o texto entraria em vigor em 2026 e reintroduziria um imposto que havia sido abolido em 2008.
O plano substituiria a atual política que exige testes de DNA nos cães, uma prática criada para identificar animais cujos dejetos permanecem nas ruas ou que se envolvem em acidentes e ataques. A medida, implementada há dois anos, não teve sucesso: apenas 12 mil dos 30 mil donos cumpriram a obrigação. Outras cidades italianas, como Nápoles, já haviam tentado sistemas semelhantes na década de 2010.
“Estou satisfeito que o governo provincial tenha finalmente optado pelo bom senso e encerrado o registro de DNA” , declarou o vereador Thomas Widmann ao Corriere della Sera.
Donos que já realizaram os exames terão isenção da nova taxa pelos dois primeiros anos.
Atualmente, quem não recolhe os resíduos pode ser multado em valores que variam entre 200 (R$ 1.244) e 600 euros (R$ 3.733). Com a implementação da taxa, essas penalidades poderão ser ampliadas.
As autoridades afirmam que a arrecadação será destinada à limpeza urbana e à criação de parques para cães, estruturas ainda inexistentes na cidade.
Porém, nem todos concordam com a proposta. O prefeito Claudio Corrarati criticou a iniciativa em entrevista à rádio RTL: “Seríamos cães se impuséssemos um imposto sobre cães. Em Bolzano, não. Com certeza. Venham para Bolzano com seus animais!” .
Ele sugeriu alternativas, como a ampliação da oferta de sacos para coleta de dejetos e a atuação de vigilantes de bairro para fiscalizar infratores.