Um casal de idosos da Malásia percorreu mais de 370 quilômetros em busca de uma suposta atração turística chamada Kuak Skyride, que prometia vistas deslumbrantes e um teleférico moderno. No entanto, ao chegarem ao destino, descobriram que tudo não passava de uma ilusão: o vídeo que os havia convencido a fazer a viagem era completamente gerado por inteligência artificial.
O material, que circulou nas redes sociais, mostrava uma “repórter” entrevistando turistas e explorando o local, com imagens realistas de montanhas e uma estrutura de teleférico. A produção era tão convincente que o casal não desconfiou da autenticidade até chegar ao local e perceber que nada daquilo existia.
A decepção e a descoberta
A história veio à tona após uma funcionária de um hotel na região de Perak relatar o caso nas redes sociais. Daya, a colaboradora, contou que foi quem deu a notícia ao casal. A idosa, visivelmente chateada, questionou por que alguém criaria um vídeo mentiroso, chegando a ameaçar processar a suposta jornalista. Foi então que Daya explicou: tanto a repórter quanto a atração eram criações digitais.
Autoridades locais se pronunciaram após o caso ganhar repercussão. O governo de Perak confirmou que não há nenhum projeto de teleférico em andamento na região. Já a polícia afirmou que, apesar do ocorrido, não houve registro de crime, uma vez que o vídeo não causou prejuízos financeiros diretos.
O perigo dos deepfakes e a desinformação
O incidente reacendeu o debate sobre os riscos da inteligência artificial na disseminação de conteúdo enganoso. Enquanto isso, governos ao redor do mundo discutem como regulamentar o uso dessas tecnologias. Na Argentina, por exemplo, projetos de lei buscam combater a desinformação gerada por IA, especialmente em contextos eleitorais.
Lições do caso
A experiência do casal malaio serve como alerta para quem planeja viagens com base em conteúdos das redes sociais. Em um mundo onde a tecnologia pode criar realidades convincentes, a verificação de informações se torna essencial.