Após o Irã bombardear a base aérea de Al Udeid, que abriga tropas norte-americanas no Catar, o espaço aéreo do país foi fechado nesta segunda-feira (23). A medida provocou o cancelamento de diversos voos no Aeroporto Internacional de Hamad, em Doha. Passageiros enfrentam incertezas em meio ao clima de insegurança na região.
Voos com destino a Londres, Dubai, Bagdá, Doha e Riad estavam sendo cancelados um a um. Mesmo sem alarde, a movimentação nas telas digitais acendeu o alerta entre os viajantes.
A Autoridade Geral de Aviação Civil confirmou que o tráfego aéreo foi suspenso temporariamente por medida de segurança. A base de Al Udeid é o principal centro de operações dos Estados Unidos no Golfo Pérsico e foi alvo direto do ataque iraniano.
Explosões foram ouvidas em Doha, aumentando o clima de tensão. Até agora, não há confirmação de vítimas ou danos materiais graves, mas a possibilidade de novos bombardeios preocupa autoridades locais e estrangeiros na região.
Países vizinhos também fecham aeroportos por segurança
Além do Catar, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Kuwait também fecharam o espaço aéreo. As decisões ocorrem diante do temor de novos ataques, após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares iranianas no sábado (21), autorizados pelo presidente Donald Trump.
A capital dos Emirados, Abu Dhabi, que fica a apenas 300 quilômetros de Doha, suspendeu voos e emitiu alertas para moradores e turistas. A EgyptAir, principal companhia aérea do Egito, cancelou todas as viagens ao Golfo Pérsico até novo aviso.
Em Doha, escolas foram fechadas e embaixadas dos Estados Unidos e Reino Unido recomendaram isolamento domiciliar para seus cidadãos. O Ministério das Relações Exteriores do Catar divulgou a suspensão de voos em comunicado oficial nas redes sociais.
Segundo o governo do Catar, mísseis iranianos chegaram a ser interceptados antes de atingirem alvos estratégicos. Ainda assim, a ameaça de novos bombardeios levou à suspensão de diversas atividades em toda a região.
A tensão no Oriente Médio aumentou após o ataque surpresa de Israel ao Irã no último dia 13, sob a acusação de que o país persa estaria próximo de desenvolver armas nucleares. O Irã reagiu com ataques às bases dos EUA no Catar e no Iraque.
O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e nega estar construindo armamento atômico. Já a Agência Internacional de Energia Atômica diz não ter provas, mas aponta que o país não cumpre todas as obrigações do tratado de não proliferação.
Nos bastidores, Rússia e China expressaram apoio retórico ao Irã, mas evitaram envolvimento direto no conflito. A comunidade internacional acompanha com preocupação a escalada militar, que pode afetar o fornecimento global de energia e agravar crises diplomáticas.