Se você estiver passeando por BH à noite, nas ruas mais vazias e escuras, e ouvir um choro compulsivo, ver o vulto de um rosto desfigurado ou sentir um cheiro estranho, já sabe: você pode estar testemunhando a passagem de alguma das “almas de Minas”. Ainda mais se for em uma data sugestiva como Halloween ou Dia de Finados.
“Há fantasmas célebres que fazem parte da história e da urbanização belo-horizontina e foram detalhados por escritores como Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, que viveram aqui há cerca de 100 anos”, conta Rafael Sette Câmara, escritor, jornalista de viagem e um dos produtores do projeto cultural BH a Pé .
Co-criado por Rafael e pela jornalista de turismo e gastronomia Luísa Dalcin, o BH a Pé organiza seis experiências temáticas na cidade e foi um dos projetos selecionados pelo Sebrae no último mês de setembro para representar o turismo de Belo Horizonte na FIT de Buenos Aires, uma das principais feiras do ramo da América Latina.
A experiência “Almas de Minas”, especial de Halloween, é uma caminhada literária que visita as mais importantes assombrações da capital mineira. Ao longo de quatro horas, os participantes conhecem, por meio de “retratos falados” e outras interações, assombrações clássicas como a loira do Bonfim, a moça fantasma da rua do Chumbo, o cego da Contorno e o capeta da Vilarinho.
“As almas penadas estão ligadas à história da cidade e falam de um contexto social e político, cheio de exclusões e desalojamentos”, explica Rafael. “É o caso, por exemplo, da Maria Papuda, personagem do violento processo de construção da capital, lá no final do século 19, mas também vale para lendas mais recentes.”
A caminhada percorre cerca de três quilômetros na região central e inclui uma hora de parada num bar, com comida, bebiba e mais histórias de assombrações. “No Halloween, quem for fantasiado vai ganhar um doce, no melhor espírito de gostosuras ou travessuras. Teremos também um concurso de melhor fantasia”, diz Sette Câmara.
O passeio Almas de Minas inclui duas bebidas e petiscos no Boteco Nada Contra, na Rua dos Aimorés, e custa R$ 99. Serão dois grupos: 31/10 e 1/11, quinta e sexta-feira, sempre às 19h. Reservas pelo Sympla ou pelo Instagram do projeto BH a Pé .
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