Pela primeira vez, o avião superou o ônibus na preferência dos brasileiros para viagens pessoais. Em 2024, 12,3% dos deslocamentos de passeio foram feitos por companhias aéreas, ligeiramente acima dos 12% realizados de ônibus. O carro, no entanto, segue absoluto, responsável por mais da metade (52,3%) das viagens.
Os dados fazem parte de um levantamento especial sobre turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Viagens profissionais também têm o avião como destaque
Quando a pesquisa analisa deslocamentos a trabalho, o avião aparece como segunda opção na maioria dos anos analisados (2020, 2021, 2023 e 2024). A única exceção foi 2021, período ainda marcado pelos efeitos da pandemia de covid-19, quando o ônibus ultrapassou o transporte aéreo.
Renda influencia escolha do transporte
O estudo também revela o peso da renda familiar no tipo de transporte escolhido. Em todas as faixas, o carro lidera como meio preferido de viagem.
Entre famílias que recebem menos de dois salários mínimos, o ônibus aparece como segunda opção, chegando a representar um quarto (25,2%) das viagens nos lares com renda per capita inferior a meio salário mínimo.
No extremo oposto, entre os domicílios com renda superior a quatro salários mínimos por pessoa, o avião se consolida como alternativa ao carro: 36,2% das viagens foram realizadas por via aérea.
O que motiva as viagens
No total, os brasileiros fizeram 20,6 milhões de viagens em 2024, sendo 17,6 milhões pessoais e 3 milhões profissionais.
Nos deslocamentos a lazer, o sol e praia lideraram as escolhas, com 44,6% das menções. Outros motivos citados foram gastronomia (24,4%), ecoturismo e aventura (21,7%).
Já entre as viagens profissionais, 82,7% tiveram como objetivo negócios ou trabalho, enquanto 11,8% foram voltadas a cursos ou eventos.
Onde o brasileiro se hospeda
A pesquisa também detalhou os hábitos de hospedagem. Quatro em cada dez viajantes (40,7%) ficaram na casa de amigos ou parentes. Hospedagens classificadas como “outras” — que incluem hostels, albergues e campings — aparecem na sequência.
Hotéis, resorts e flats representaram 18,8% das escolhas, mas esse percentual cresce conforme aumenta a renda. Entre famílias com renda per capita acima de quatro salários mínimos, esse tipo de hospedagem é majoritário (37%).
No caso das viagens profissionais, os hotéis lideram de forma destacada, sendo escolhidos em 42,9% das ocasiões.