Atualmente, na volta do turismo após a pandemia, nós que trabalhamos na área há quase 20 anos, estamos percebendo uma mudança significativa nos serviços das cias aéreas. Inclusive já falamos aqui em nossa coluna
sobre as empresas aéreas que oferecem passagens apenas com mochila, o chamado serviço “
low coast”, porém com preços nada baixos.
Ultimamente está sendo difícil eleger a melhor companhia, uma vez que todas estão se reestruturando, mas é muito fácil identificar as piores, uma vez que elas te trazem experiências terrivelmente inesquecíveis.
Vamos destacar aqui duas empresas que tivemos a experiência de viajar neste mês de abril e maio: a primeira, a Air Europa, uma cia aérea espanhola, que utilizamos em nossa ida para Amsterdam. Como fizemos uma viagem multi destino, que é quando você entra por um país/aeroporto e sai por outro, ela era uma das melhores opções, porém não a mais baratas. Dentro do “custo x benefício”, acabamos optando por ela, pois suas conexões não eram longas e os horários de chegada e de saída do voo de retorno estavam ótimos, pois conseguimos aproveitar o primeiro e último dia da viagem, que, diga-se de passagem, normalmente acaba sendo dias perdidos por conta dos voos.
Mas, se por um lado os horários e conexões estavam ótimos, por outro, a experiência de voar estava péssima! Quem aqui lembra da antiga “WebJet”, criada em 2005? Pois é, as poltronas da Air Europa mais pareciam poltronas desta antiga empresa, SUPER apertadas. Para nós, que somos altos, sempre é uma tortura viajar na classe econômica por conta do espaço para as pernas, mas neste caso da Air Europa, nunca vimos nada igual, além do curto espaço para as pernas, ficava impossível se virar por conta da pessoa ao lado. Ficamos imaginando se fossem 3 pessoas muito fortes, desde aquelas marombadas às mais gordas… seria humanamente impossível se sentar um ao lado do outro.
Em anos viajando, nunca tivemos uma experiência tão péssima no que diz respeito ao assento! Mas o pior ainda estava por vir. A viagem que fizemos tinha como destino final Amsterdam, e nossa conexão foi em Madrid, então além de passarmos mais de 10 horas como sardinhas enlatadas, eles serviam apenas UMA refeição durante todo o voo! E quando eu, Vitor, questionei sobre a segunda refeição, o que é normal em voos mais longos, o comissário me disse, com um sorriso irônico no rosto e em tom de deboche, que eu teria que pagar, caso quisesse; e para completar a frase, ele me perguntou se eu aceitaria uma água como cortesia.
O voo que pegamos foi noturno, e a refeição que foi servida aconteceu nas duas primeiras horas como jantar, a gente estava na expectativa de ter, no mínimo, o café da manhã. O que até teve, mas era apenas o café preto ou uma água.
Sabemos que até aqui já temos motivos de sobra para indignação, mas a Air Europa conseguiu ir muito além. Todas as poltronas do voo possuíam sistema multimídia com filmes para passatempo, porém os monitores só aceitam um tipo específico de fone, que normalmente é oferecido gratuitamente pela própria companhia aérea. Neste caso, havia o sistema de multimídia, mas caso você desejasse ter o fone, teria que pagar 5 euros. Um verdadeiro absurdo! É a mesma coisa que oferecer água e cobrar pelo copo descartável.
Você deve estar se perguntando: “Com tanta coisa cobrada a parte e com tanto serviço em deficiência, então a passagem deve te sido super barata, certo?” ERRADO! Não era a opção mais barata, mas sim a opção com melhores horários, como falamos acima.
Estamos redigindo este texto a bordo de um voo da Avianca, indo para Orlando. Este voo tem conexão em Bogotá (Colômbia). São 6 horas de viagem entre o RJ e a cidade, e neste momento encontramos o mesmo nível de serviço, talvez até mesmo pior. Nas 6 horas que permanecemos no primeiro trecho do voo, não foi servido sequer uma água. Sim, meus amigos, a água está sendo cobrada nos voos da Avianca em um voo INTERNACIONAL! Além disso, suas poltronas não reclinam e não tem encosto para a cabeça. Caso você queira um copo d’água, ou uma poltrona que reclina, ou até mesmo uma manta para se cobrir do frio do avião, você terá que pagar a parte!!
Ou seja, o que percebemos hoje em dia, é que de fato, não dá pra ter um serviço de excelência, com o mínimo de satisfação do cliente, quando se trata de cia aérea. Pois aquela coisa de serviço “low coast”, que surgiu na Europa, com passagens que não incluíam absolutamente nada, porém com os preços super baratos, hoje é uma prática global, porém só esqueceram de baixar os preços. Desta forma, estamos pagando caro por um serviço terrível! Isso sem falar na quantidade enorme de cancelamentos de voos, overbooking, etc… mas isso é pauta para um outro dia.