O engenheiro Gustave Eiffel projetou em 1889 um apartamento secreto no topo da Torre Eiffel, em Paris. Localizado a 300 metros de altura, o espaço foi criado durante a Exposição Universal que comemorava o centenário da Revolução Francesa. Decorado de forma simples, o ambiente contrastava com a imponência da estrutura de 324 metros que se tornaria símbolo mundial da França.
A existência do apartamento foi revelada em detalhes no livro La Tour Eiffel de Trois Cent Métres, lançado em 1891, do escritor Henri Girard. O relato descreve a grande procura pelo espaço e reforça que “ o incontável número de pessoas que enviaram cartas ao engenheiro para alugar seu pied-à-terre ” nunca foi atendido. Eiffel recusou todas as ofertas.
Espaço reservado e longe do barulho da cidade
O apartamento tinha móveis de madeira, poltrona de veludo, piano, pinturas a óleo e papel de parede elegante. Apesar de pequeno, oferecia uma vista única de Paris durante o dia e das estrelas durante a noite. “ Quem trocaria a vista de Paris durante o dia, o olhar abrangente das estrelas durante a noite e, claro, a distância de todo o barulho da cidade durante todo o tempo? ”, descreveu Girard.
As motivações para a construção nunca foram totalmente esclarecidas. Pesquisadores acreditam que Eiffel aproveitou a localização para observar o vento e estudar os princípios da resistência do ferro, tema central em suas obras de engenharia.
O espaço também foi usado para receber estudiosos e inventores. Entre os visitantes, esteve Thomas Edison, que presenteou o engenheiro com um fonógrafo, inovação marcante da época.
Hoje, o apartamento mantém a decoração original. Para preservar a atmosfera, manequins foram inseridos no local, permitindo que visitantes tenham a sensação de entrar em um ambiente intacto desde o século XIX.