A temporada de cruzeiros na costa brasileira começou e, com ela, o sonho de milhares de viajantes de passar férias em alto-mar com “tudo pago”. A propaganda do pacote fechado, com parcelamento em 12 vezes sem juros, é sedutora. Mas existe uma realidade que muitos tripulantes de primeira viagem só descobrem na última noite, quando o envelope com a conta final desliza por baixo da porta da cabine.
Ao contrário do que o imaginário popular sugere, a maioria dos navios não opera no sistema all inclusive irrestrito. O que está “incluso” geralmente é a acomodação, a alimentação básica (bufê e restaurante principal) e o entretenimento. Todo o resto é cobrado à parte e, na maioria das vezes, em dólar.
Se você não preparar o bolso, o barato pode sair muito caro. O iG Turismo listou três custos extras “invisíveis” que costumam pegar o turista desprevenido.
1. A polêmica “taxa de serviço”(gorjeta)
Ao embarcar, você já pagou pelo cruzeiro, certo? Errado. Quase todas as companhias marítimas internacionais cobram uma “taxa de serviço” automática e diária por passageiro. No Brasil, costumamos chamar de gorjeta, mas a bordo ela é obrigatória (ou muito difícil de remover).
O valor médio gira em torno de US$ 15 (cerca de R$ 87 na cotação atual) por pessoa, por dia.Faça a conta para uma família de quatro pessoas em um roteiro de sete dias:4 pessoas x 7 dias x US$ 15 = US$ 420.
Isso significa uma conta extra de quase R$ 2,4 mil apenas de gorjetas, que você terá que pagar no cartão de crédito internacional (com IOF) ao final da viagem.
2. Bebidas (até a água pode custar caro)
A menos que você tenha comprado um pacote “premium” específico, as bebidas alcoólicas, refrigerantes e, em alguns casos, até a água mineral engarrafada não estão inclusas no valor do cruzeiro.
O café da manhã e a água de torneira filtrada servida no bufê são gratuitos. Mas aquele drink na piscina ou o vinho no jantar são cobrados em dólar, acrescidos de uma taxa de serviço de bar (geralmente 15% ou 18%).Os “pacotes de bebidas” vendidos a bordo podem custar facilmente US$ 60 (R$ 348) por pessoa, por dia. Se não beber muito, a conta avulsa no final pode ser um choque.
3. Internet Wi-Fi
Em alto-mar, o Wi-Fi é um luxo caro. A conexão via satélite evoluiu (muitos navios já usam a tecnologia Starlink), mas o preço continua salgado.
Esqueça o 4G ou 5G do seu celular (e cuidado com o roaming internacional marítimo, que é caríssimo). Para postar a foto do pôr do sol no Instagram ou mandar mensagem no WhatsApp, você terá que comprar pacotes de internet do navio.Os valores variam, mas um pacote básico para apenas um dispositivo pode custar a partir de US$ 20 (R$ 116) por dia. Para uma viagem de uma semana, conectar-se ao mundo pode custar mais de R$ 800.
Dica de ouro
Antes de embarcar, leia as letras miúdas do contrato, verifique se o seu pacote inclui bebidas e já reserve uma quantia em dólar para as despesas de bordo. Assim, o susto no check-out não estraga as memórias das férias.








