No ano passado, segundo dados da Embaixada dos Estados Unidos, 15% do total de pedidos de visto de brasileiros foram negados. A recusa foi a mais alta da gestão Biden e acendeu um alerta: afinal, por que tantos brasileiros estão enfrentando dificuldades para conseguir o tão sonhado visto para os EUA?
A resposta não é única, mas envolve uma combinação de fatores que vão desde falhas no processo de solicitação até questões mais profundas, como o perfil do solicitante e sua relação com o Brasil.
Falta de vínculos com o Brasil:
O principal critério analisado pelos oficiais consulares é a garantia de que o viajante retornará ao seu país de origem após a viagem. Por isso, quando o solicitante não consegue comprovar vínculos fortes com o Brasil, como emprego fixo, matrícula em instituição de ensino, bens ou família próxima, a chance de recusa aumenta consideravelmente.
Recursos financeiros insuficientes:
Outro ponto que pesa é a questão financeira. O consulado avalia se o viajante tem condições de arcar com os custos da viagem sem precisar recorrer a trabalho nos Estados Unidos, algo proibido para quem entra com visto de turismo. Extratos bancários, declaração de imposto de renda e comprovantes de renda estável são elementos importantes nesse processo.
Inconsistências e erros no processo:
Muitos pedidos são negados por erros no preenchimento do formulário DS-160 ou por respostas inconsistentes durante a entrevista. Se o oficial perceber divergências entre o que foi declarado e o que é dito pessoalmente, o visto pode ser negado imediatamente.
Histórico migratório:
Pessoas que já permaneceram além do tempo permitido em viagens anteriores, que trabalharam ilegalmente no exterior ou que tenham registro de deportação enfrentam uma barreira quase intransponível para obter um novo visto.
Problemas legais e antecedentes:
Ter antecedentes criminais ou processos em andamento no Brasil ou em outros países também pesa negativamente na análise.
Propósito da viagem pouco claro:
Durante a entrevista, o solicitante precisa ser convincente ao explicar o motivo da viagem, o roteiro e a duração da estadia. Respostas vagas ou falta de planejamento levantam suspeitas de que a intenção real pode não ser o turismo.
Em resumo, o que os oficiais consulares buscam é uma história coerente e bem fundamentada. Quem demonstra vínculos sólidos com o Brasil, estabilidade financeira e um motivo claro para viajar tem muito mais chances de aprovação.
O aumento no índice de recusas mostra que os Estados Unidos têm adotado uma postura mais rígida, e reforça a importância de estar bem preparado para o processo. Afinal, o sonho americano pode começar antes mesmo do embarque, dentro da sala de entrevistas no consulado.









