domingo, 19 de maio de 2024
Campo Grande
19°C

Rádio SOUCG

Veja como seria cair em um buraco negro com vídeo da NASA

Daniele Cavalcante

Veja como seria cair em um buraco negro com vídeo da NASA

Como enxergaríamos um buraco negro se caíssemos nele
— e fossemos imortais para sobreviver à sua gravidade mostruosa? Uma nova simulação feita em um supercomputador da NASA
revela a aparência desses titãs observados de dentro, e o resultado é fascinante.

Visitando um buraco negro

Imagine ir de encontro a um buraco negro supermassivo 4,3 milhões de vezes mais massivo que o Sol, com um disco de acreção gigante e um anel de fótons na fronteira do espaço externo e o horizonte de eventos.

Uma viagem como essa é um caminho sem volta e certamente levaria qualquer astronauta à morte. O destino trágico ocorreria mesmo no disco de acreção, formado por plasma girando ao redor do buraco negro a velocidades alucinantes
.


Feedly: assine nosso feed RSS
e não perca nenhum conteúdo do Canaltech em seu agregador de notícias favorito.

No entanto, se fossemos invulneráveis à física extrema desse ambiente, testemunharemos um espetáculo tão incrível quanto bizarro: a luz de qualquer fonte localizada atrás do buraco negro é distorcida pela gravidade do objeto, formando efeitos ópticos exclusivos. Esse é o cenário que a simulação da NASA nos mostra.

Como é o buraco negro simulado

O objeto simulado é semelhante ao Sagittarius A*
, o buraco negro supermassivo que habita no centro da Via Láctea. O horizonte de eventos (a esfera completamente escura dentro dos anéis alaranjados) da simulação abrange cerca de 17% da distância da Terra ao Sol.

O disco de acreção é a parte mais brilhante do cenário, já que o plasma orbita o buraco negro a velocidades próximas à da luz
. Isso faz com que esse material aqueça ao extremo e emita radiação em luz visível e em outros comprimentos de onda.

Por fim, as estruturas menos espessas próximas do horizonte de evento são os anéis de fótons, enquanto o fundo da cena é composto por uma galáxia. Tanto a imagem da galáxia quanto a parte do disco de acreção que passa por trás do buraco negro ficam distorcidos nos arredores do buraco negro em si.

Essa distorção é o que os astrônomos chamam de efeito de lente gravitacional
, pois é justamente a gravidade do buraco negro que está distorcendo a luz da galáxia, do disco de acreção e do anel de fótons.

O que está acontecendo na simulação?

A câmera começa o vídeo a 640 milhões de quilômetros de distância do buraco negro, cerca de 4 vezes a distância entre a Terra e o Sol. À medida que se aproxima do objeto, o brilho do disco de acreção e da galáxia ao fundo é amplificado devido ao efeito de lente gravitacional.

Nos parâmetros escolhidos para a simulação, levaria cerca de 3 horas para a câmera cair no horizonte de eventos
após quase duas órbitas completas de 30 minutos em torno do buraco negro.

Quando a câmera cai no horizonte de eventos, a queda rumo ao núcleo do buraco negro (o ponto unidimencional conhecido como singularidade) se completa em apenas alguns segundos. Mesmo antes de chegar à singularidade, a câmera, por mais indestrutível que seja para suportar a viagem, terá sido espaguetificada.

A singularidade de um buraco negro é o lugar onde toda a matéria é espremida de tal modo que o volume permanece concentrado em apenas um ponto. Ali, tanto a física relativística quanto a mecânica quântica deixam de fazer sentido, por isso nem todos os cientistas teóricos concordam que a singularidade exista de fato
.

Os autores da simulação também disponibilizaram vídeos em outros formatos, incluindo a opção de 360 graus (abaixo). Também há um cenário em que a câmera escapa de cair no horizonte de eventos. Todas as versões da simulação estão disponíveis no Scientific Visualization Studio, da NASA.

Leia a matéria no Canaltech
.

Trending no Canaltech:

Fonte

Enquete

O que falta para o centro de Campo Grande ter mais movimento?

Últimas