Uma equipe de cientistas de Yale criou uma vacina contra o câncer para cães, e os resultados dos ensaios clínicos revelaram que a fórmula chegou a dobrar a taxa de sobrevivência. Os responsáveis adaptaram os tratamentos já existentes contra o câncer humano, até chegar a uma nova versão que pudesse beneficiar tanto os humanos como os cachorros.
As descobertas, publicadas numa revista científica chamada Translational Oncology
, indicam que a fórmula pode criar anticorpos capazes de se fixar e se ligar aos tumores e, em seguida, interferir nas vias de sinalização responsáveis pelo crescimento de um tumor. Por enquanto, 300 cães dos EUA e do Canadá receberam essa vacina.
Em vez dos tradicionais anticorpos monoclonais
— desenvolvidos para se ligarem especificamente a certas proteínas presentes na superfície de células cancerígenas — os pesquisadores resolveram apostar em anticorpos policlonais, produzidos a partir de múltiplas células do sistema imunológico.
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Como funciona a vacina para cães
A vacina contra câncer para cães gera anticorpos a partir de múltiplas células do sistema imunológico, já que é baseada na técnica de anticorpos policlonais. No caso dos anticorpos monoclonais, geraria apenas uma. Assim, a probabilidade de desenvolver resistência é menor.
O que acontece é que, nos anticorpos monoclonais, os pacientes recebem infusões de proteínas que se ligam ao EGFR e ao HER2, duas proteínas expressas em vários tipos de câncer, mas os pacientes podem desenvolver resistência a estes anticorpos (o que diminui a eficácia).
Os testes da vacina começaram em 2016, em roedores, mas com o passar do tempo passaram a ser feitos em cachorros também.
Quem pode tomar a vacina?
Por enquanto, a vacina é utilizada como um tratamento para aumentar a chance de sobrevivência dos cães já afetados pela doença. A equipe atualmente planeja realizar mais estudos para ver se a vacina pode ser administrada a cães saudáveis para prevenir a formação do câncer.
Câncer é parecido em humanos e cães
Os tipos de câncer que afetam cães e humanos são semelhantes: ambos podem contrair melanoma (câncer de pele), câncer de mama
, câncer de cólon e osteossarcoma, entre outros.
Conforme diz o comunicado da Yale, são essas semelhanças que ajudam a desencadear um benefício importante. Compreender o câncer em uma espécie ajuda os cientistas a compreender a doença na outra. Assim, determinados tratamentos podem funcionar para ambos os casos.
E é com essa informação em mãos que uma esperança se forma entre os pesquisadores: que a vacina contra o câncer para cães possa ser usada nas pessoas também, futuramente.
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