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Tratamento brasileiro dobra taxa de resposta ao câncer de pênis

Nathan Vieira

Tratamento brasileiro dobra taxa de resposta ao câncer de pênis

O câncer de pênis gera 486 amputações por ano no Brasil
— conforme relatório da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) — e foi responsável por mais de 7 mil cirurgias entre 2007 e 2022, e um novo tipo de tratamento criado por uma equipe de brasileiros em conjunto com o Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) pode ajudar a conter o problema: a combinação de imunoterapia e quimioterapia conseguiu dobrar a taxa de resposta ao câncer.

O tratamento, descrito em um estudo chamado HERCULES trial (LACOG 0218), foi apresentado no ASCO Annual Meeting 2024 (Chicago, EUA), considerado o maior congresso de oncologia do mundo.

A pesquisa começou em 2020 e envolveu o acompanhamento de 33 pacientes, que receberam seis aplicações de imunoterapia e quimioterapia e depois 28 aplicações de imunoterapia isolada.


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De acordo com o estudo, 75% dos pacientes tiveram algum grau de redução do volume tumoral. No caso de 39,4% desse público, a redução foi significativa.

O novo material também é responsável pela descoberta de dois marcadores, chamados P16 e o TMB, que podem ajudar a prever a melhor resposta ao tratamento. Conforme observaram os pesquisadores, os pacientes com P16 positivo tiveram taxa de respostas de 55,6%, enquanto os pacientes com TMB alto tiveram 75%.

“O carcinoma espinocelular do pénis é uma doença rara com uma incidência de 38.000 novos casos por ano a nível mundial, mas com uma incidência até dez vezes superior em países de baixo rendimento (ou seja, África, Ásia, América Latina). Não houve melhorias nas últimas seis décadas”, diz o estudo.

“O carcinoma espinocelular do pênis avançado tem um prognóstico ruim (sobrevida global de 6 a 7 meses) com opções de tratamento limitadas”, acrescenta o material.

Incidência do câncer de pênis

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens, e é mais comum nas regiões Norte e Nordeste.

É considerado pela Pasta como um tipo raro de câncer, com maior incidência em homens que têm 50 anos ou mais, embora possa atingir também os mais jovens.

O câncer de pênis tem relação com a falta de higiene íntima, mas também está associado à infecção pelo pipolmavírus humano (HPV). Quem não fez a circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande) também está em maiores riscos.

O câncer de pênis também é uma das razões por trás do aumento de 1.604% na amputação de pênis
no Brasil nos últimos anos.

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