TikTok
O TikTok firmou um acordo para vender suas operações nos Estados Unidos a um grupo de investidores dos EUA, Oracle, Silver Lake e MGX, com apoio do presidente Donald Trump, permitindo que o aplicativo continue funcionando no país após sucessivos adiamentos da proibição prevista em lei. As informações são do The Guardian.
Autoridades da Casa Branca informaram que a Oracle, cofundada por Larry Ellison, licenciará uma cópia do algoritmo de recomendação do TikTok como parte do acordo.
A iniciativa amplia a atuação da empresa na gestão do grande volume de dados coletados pelo aplicativo sobre usuários nos EUA, função que a Oracle já exercia parcialmente.
A presença de Ellison na nova estrutura de controle do TikTok chamou atenção pelo peso de bilionários próximos a Trump no comando de grandes plataformas de mídia.
O cenário inclui David Ellison liderando mudanças na CBS, Elon Musk no controle da X (antigo Twitter), Mark Zuckerberg à frente do Instagram e do Facebook, e Jeff Bezos como proprietário do Washington Post.
A senadora democrata Elizabeth Warren criticou o acordo em publicação no Bluesky. “Primeiro a Paramount/CBS e agora o TikTok”, escreveu.
“Trump quer entregar ainda mais controle sobre o que você assiste aos seus amigos bilionários. Os americanos merecem saber se o presidente fez outro acordo secreto para essa tomada de controle do TikTok por bilionários”, relatou Warren.
Também houve questionamentos sobre quem, de fato, controlará o algoritmo. Rush Doshi, ex-coordenador da política do governo dos EUA para China e Taiwan no Conselho de Segurança Nacional da gestão Biden, afirmou que ainda existem dúvidas.
“Dizem que ele será treinado com dados dos EUA. Ótimo, mas o algoritmo foi transferido, licenciado ou ainda é propriedade de Pequim e está sob seu controle — com a Oracle apenas fornecendo ‘monitoramento’?”, disse Doshi.
Negociação e ameaça de banimento
O acordo encerra uma negociação arrastada. Em setembro, Trump afirmou ter conversado por telefone com o presidente da China e relatou ter tido “uma conversa muito boa com o presidente Xi ”, acrescentando que “ele nos deu sinal verde”.
Em outubro, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que os países haviam “chegado a um acordo final sobre o TikTok”.
A tensão em torno do aplicativo remonta a 2020, quando, em seu primeiro mandato, Trump ameaçou banir o TikTok como resposta à condução chinesa da pandemia de Covid.
Posteriormente, o Congresso aprovou uma lei proibindo o aplicativo por preocupações de segurança nacional, sancionada em abril de 2024 pelo então presidente Joe Biden. A medida entraria em vigor em 20 de janeiro de 2025, mas sua implementação foi adiada diversas vezes por Trump enquanto o governo buscava uma solução para a transferência de controle da plataforma.









