A essa altura, você já deve conhecer uma série de super-heróis do Amazon
Prime Video conhecido pela ultraviolência e pelo humor sarcástico, chamada The Boys
. Nos quadrinhos, o teor era ainda mais “proibidão” — sério mesmo —, e, ainda assim, os planos originais incluíam um crossover com a Liga da Justiça. “Como assim?” Pois é, originalmente, a criação de Garth Ennis e Darick Robertson fazia parte do Universo DC.
Voltemos para o ano de 2006, quando o artista Jim Lee se tornou diretor criativo da DC Comics e levou seu estúdio, o WildStorm, que fazia parte da Image Comics, para a empresa de Batman, Superman, Mulher-Maravilha e outros. E, claro, ele também levou suas criações e projetos em andamento, incluindo WildC.A.T.s
, Stormwatch
, Authority
e… The Boys
, que, na época, era ainda um trabalho em andamento.
Como The Boys
fazia parte de um selo menor dentro da DC Comics, os executivos da companhia demoraram a perceber que as histórias faziam uma paródia pra lá de “proibidona” da Liga Justiça. E muitas sequências do gibi apresentava temas de gosto duvidoso, que desafiavam o bom senso — basta dizer que nas HQs há cenas bem mais pesadas, que incluem pedofilia e amplo uso de substâncias em cenas de nudez explícita.
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Quando os chefões da DC realmente se deram conta do que se tratava, The Boys
já estava na edição número seis. O título foi banido da editora, e os autores tiveram que continuar a história, com suas 72 edições e a minissérie Herogasm
, em outra empresa, a Dynamite Entertainment.
Só que, o que muita gente só soube recentemente, é que The Boys
também fazia parte do Universo DC; e havia até planos para um encontro com a Liga da Justiça.
Garth Ennis revela o crossover
A adaptação para a TV teve muitos momentos atenuados e recebeu uma boa atualização das tramas, o que a tornou até mais divertida e palatável que o material original. The Boys
se tornou um dos carros-chefes da plataforma de streaming
Amazon Prime Video, e, com isso, muita gente foi atrás dos gibis lançados em meados de 2000.
Assim, a Dynamite Entertainment resolveu caprichar em novas impressões, com edições no formato “Omnibus”, ou seja, com papel especial e modelo de luxo, além de muito material extra. E foi justamente em um desses bônus que os fãs puderam ver qual era a proposta original de Ennis e Robertson para The Boys
.
Ennis revelou que o projeto, antes de ser executado, foi, claro, bastante discutido com a DC Comics; e que, originalmente, a editora queria que Butcher e outros personagens principais fizessem referências aos ícones estabelecidos no Universo DC — algo que o próprio escritor considerou “uma péssima ideia”, pois, claro, ele já sabia o que viria pela frente.
“Também removi uma ou duas referências a personagens existentes, um legado de um pedido editorial inicial de que a série fosse capaz de cruzar com o universo de super-heróis da própria empresa: uma ideia muito ruim que logo caiu no esquecimento”, diz Ennis, na edição Omnibus de The Boys
.
Ou seja, na versão de pré-apresentação do projeto de The Boys
aos executivos da DC, a ideia era de que o título já plantasse algumas referências do Universo DC, para um futuro confronto dos personagens com a Liga da Justiça, por exemplo.
Mas, como dito, depois que a série já estava em andamento, na sexta edição, os executivos perceberam que realmente seria uma “péssima ideia”. Aí já era tarde demais, mas… de qualquer forma, felizmente, o material de Ennis conseguiu sobreviver ao banimento e está vivo para contar esse episódio peculiar de sua vida editorial.
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