Se depender da Sabesp, o estado de São Paulo terá a sua primeira usina de dessalinização de água
. Isso significa que será possível retirar a água do mar, salgada e imprópria para o consumo, e transformá-la em água doce e potável. A estrutura deverá ser construída em Ilhabela, cidade localizada num arquipélago no litoral norte.
Com a proposta de ser entregue em 2026, a usina de dessalinização de São Paulo poderá fornecer água potável para 8 mil habitantes de Ilhabela — embora o número seja pouco expressivo, equivale a um quarto da população local. Além disso, usar a água do mar, que está amplamente disponível independente de secas
, dá maior autonomia ao município e garante resiliência hídrica ao sistema de distribuição de água. Este pode chegar próximo ao limite durante o período de férias e com o aumento dos turistas.
No entanto, a obra ainda precisa sair do papel e, para isso, a Sabesp publicou um edital com a licitação para a obra na última semana. Os interessados têm até o final de junho deste ano para apresentar propostas para a usina. Quando a empresa for escolhida, mais detalhes sobre a iniciativa pioneira devem ser divulgados, incluindo o impacto ambiental.
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Dessalinização da água
No mundo, a dessalinização da água do mar é adotada em regiões conhecidas por serem excessivamente áridas, como Dubai (Emirados Árabes Unidos), Califórnia (EUA) e Israel.
No Brasil, devido à frequência de chuvas e às águas subterrâneas
, como o aquífero Guarani, a estratégia é restrita a pontos específicos. Entre os exemplos, está o uso da água dessalinizada em Fernando de Noronha, em Pernambuco. A medida garante cerca de 30% do abastecimento do arquipélago.
Outro projeto está em desenvolvimento na cidade de Fortaleza, no Ceará. Então, a usina de dessalinização de Ilhabela vem para somar neste cenário em expansão.
Usina que transforma água do mar em potável em SP
A proposta é que a usina de dessalinização da água do mar seja construída nas margens do Ribeirão Água Branca, um curso d’água salobra próximo da balsa. No local, deve ser instalado o maquinário necessário para empregar a tecnologia
de osmose reversa, precedida de pré-tratamento por ultrafiltração, para o tratamento da água salgada.
Por osmose reversa, entende-se como um processo de filtragem da água do mar. Através da alta pressão aplicada, a água atravessa uma membrana semipermeável, o que resulta em água limpa, sem partículas de sal.
Após este processo, a água “filtrada” deve passar por um tratamento de remineralização, o que torna viável e seguro o seu consumo da “nova” água doce
. Em paralelo, a salmoura filtrada é diluída e devolvida ao ponto de captação no mar.
Projeto pioneiro em Ilhabela
“A usina vai captar água salgada e terá capacidade de processamento de até 30 litros por segundo, permitindo à Sabesp aumentar em 22% a oferta de água tratada e atender os clientes da cidade mesmo na alta temporada, quando a população cresce de forma exponencial”, completa a companhia, em nota.
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