sábado, 21 de dezembro de 2024

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Review Peugeot 208 Turbo Style | Motor transforma hatch no melhor compacto

Felipe Ribeiro

Review Peugeot 208 Turbo Style | Motor transforma hatch no melhor compacto

Lançada no Brasil em 2020, a nova geração do Peugeot 208 deu uma bela agitada no mercado de hatches compactos. Com design arrebatador, acabamento de boa qualidade e ótimo pacote tecnológico, o modelo francês, premiadíssimo na Europa, tinha a dura missão de encarar os consagrados Chevrolet Onix
e Hyundai HB20
.

Nessa época o grupo Stellantis ainda não havia se formado e muitas dúvidas pairavam sobre como esse carro se daria no mercado sul-americano. Por aqui, ele veio sem o esperado motor 1.2 turbo, propulsor este que é comercializado na Argentina, seu local de fabricação.

No Brasil, em um primeiro momento, foi utilizado somente o motor 1.6 em todas as versões. Conforme avaliamos
aqui no Canaltech
, esse talvez fosse o grande “senão” do hatch, já que beleza e equipamentos estavam em destaque. Com a chegada da Stellantis, logo a montadora tratou de mexer nessa joia de produto, instalando, por exemplo, o motor 1.0 da Fiat no cofre do hatch, algo que, certamente, ajudou a alavancar as vendas.


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Mas, faltava algo a mais: o motor turbo. E ele veio em 2023, com o conhecido e mais do que testado 1.0 turbo de 130cv, o mesmo de carros como o Fiat Pulse
, SUV que estreou essa motorização.

O motor turbo era o que faltava para o Peugeot 208 e isso foi decisivo para que o hatch ficasse ainda mais atraente e, de fato, incomodasse seus rivais.

Eu passei um bom tempo com o Peugeot 208 Turbo na versão Style e vou te contar se, de fato, esse hatch é o melhor do mercado.

Prós

  • Desempenho
  • Dirigibilidade
  • Acabamento
  • Design

Contras

  • Espaço Interno
  • Porta-malas
  • Faltam equipamentos

Conectividade, Segurança e Tecnologia

A versão Style do Peugeot 208 Turbo cumpre mais ou menos a mesma função da variante 1.0 aspirada de mesmo nome: dar uma opção de custo-benefício e apelo visual ao hatch, deixando de lado um pouco a tecnologia, vista com mais consistência no modelo Griffe, o mais caro.

Em termos de conectividade, o Peugeot 208 Style traz a conhecida central multimídia que vem equipando os carros da PSA há algum tempo. Por aqui, sem novidades, com o bom comportamento de sempre, qualidade da tela bem competente e funcionalidades bem interessantes, como o espelhamento de celular sem fio. Há, claro, algumas coisas que já poderiam ter acontecido, como a implementação do 4G nativo, concierge e todo o módulo de conectividade da Stellantis, algo que já existe em carros da Fiat
e da Jeep
.

No campo da segurança, o Peugeot 208 Style traz apenas quatro airbags (seis somente na Griffe), controles de estabilidade e tração, e freios a disco somente na dianteira. Nada de ADAS
por aqui, já que esse pacote apela mais para o visual e o custo-benefício do que para a tecnologia.

Sim, é duro pagar mais de R$ 100 mil em um carro que pode até ser considerado básico no campo da segurança, mas temos que entender seu posicionamento. O mix de preços até que foi pouco alterado com a chegada do motor turbo e não se pode fazer milagres por aqui. Mas, pelo menos os seis airbags deveriam ser instalados em um carro tão bom quanto esse.

Para ajudar um pouco nisso, penso eu, a Stellantis “permitiu” que o i-Cockpit 3D fosse instalado e desse um ar mais refinado à cabine. O cluster segue bem completo e um dos mais legais do mercado.

“O Peugeot 208 Style com motor turbo não brilha na tecnologia, mas também não faz feio”

— Felipe Ribeiro

Experiência de uso e Conforto

A real mudança na experiência com o Peugeot 208 está, obviamente, na condução e no dia a dia, graças, claro, ao motor 1.0 turbo da família GSE, de origem Fiat. Esse propulsor rende 130cv e 20,4 kgf/m de torque, tornando, assim, o hatch o mais potente e rápido do seu segmento, excluindo-se o VW Polo GTS, que tem apelo mais esportivo.

Como já havíamos experimentado em outros carros, como o Pulse
e a Strada
, o motor turbo de um litro dá ao seu hospedeiro muita agilidade e excelente consumo de combustível. Mas isso, porém, foi elevado a outro patamar no Peugeot 208.

Isso porque a plataforma do hatch, a CMP, é muito mais moderna e bem pensada do que as demais do grupo Stellantis, e isso é determinante para termos um carro dinamicamente quase perfeito na cidade e na estrada. Tudo é feito com enorme facilidade aqui, seja as arrancadas no farol, seja uma retomada na estrada.

Viajar com esse carro é bom demais e tudo se torna ainda mais seguro com o bom acerto de suspensão, que deixa o hatch firme, mas sem prejudicar o conforto. Com a simplificação do VW Polo
, que perdeu potência e o antigo câmbio Aisin, o atual powertrain do Peugeot 208, que tem um CVT de sete velocidades, mais a plataforma CMP, o transformaram no hatch compacto mais bem acertado dinamicamente do mercado.

Essa sensação de ótima dirigibilidade é potencializada pelo pequeno volante característico da Peugeot, a ótima calibração da direção elétrica e o competente isolamento acústico.

O consumo, por sua vez, também vale bom registro. Nossas médias com gasolina foram de 11,7 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada, sempre com ar-condicionado ligado e os vidros fechados. Essa performance foi possível graças, também, à ótima relação que o câmbio CVT oferece, deixando o motor trabalhar em rotações mais baixas sempre que possível.

Entretanto, nem tudo são flores no uso com o Peugeot 208. Eu tenho dois filhos pequenos e, claro, minha esposa. Com duas cadeirinhas e mais um monte de malas e bolsas, não há espaço para uma família considerada grande hoje em dia. As medidas do 208 não são ruins, como o entre-eixos de 2,53m, mas o espaço é mal aproveitado.

Os confortáveis bancos traseiros do Peugeot 208 aceitam bem crianças maiores, mas esqueça levar adultos atrás se você tiver mais de 1,80m e for dirigir o bólido. Sim, esqueça.

Outro pecado da versão Style que detectamos é a falta de alguns equipamentos de conforto e comodidade, como o espelho retrovisor eletrocrômico
, sensores de estacionamento dianteiros, sensor crepuscular e sensor de chuva. Para um carro de mais de R$ 100 mil, é complicado.

“O casamento entre a plataforma CMP e o powertrain 1.0 turbo foi simplesmente perfeito no Peugeot 208”

— Felipe Ribeiro

Design e Acabamento

Elogiados quando testamos a versão Griffe em 2021, o acabamento e o design do Peugeot 208 Style estão ainda maiores. O grande chamariz dessa variante do hatch, além do motor, é claro, está no visual.

Somente o Peugeot 208 Turbo Style tem as rodas aro 17 em toda a gama, e isso transforma o jeitão do hatch para algo mais esportivo e, talvez, requintado. Mudando um pouco a percepção do produto. As rodas 16 do Griffe são bonitas, mas não há como comparar com o Style.

Já no interior, as diferenças são mais sutis. As costuras dos bancos e encostos são azuis, os tapetes recebem a nomenclatura Style também em azul, e os assentos possuem mescla de couro e tecido, algo de muito bom gosto e que reforça o apelo jovial dessa versão.

O conjunto óptico é todo em LED, mantendo os dentes-de-sabre como destaque na dianteira e as garras do leão na traseira.

Concorrentes

Os principais concorrentes do Peugeot 208 Turbo Style no mercado são as variantes intermediárias de Chevrolet Onix
, Hyundai HB20
e Volkswagen Polo
. Mas, por certo, clientes do Fiat Argo
e do Honda City
, por exemplo, vão ficar de olho. Os preços variam entre R$ 100 e R$ 120 mil.

O Peugeot 208 Style Turbo vale a pena?

Após dias de uso com o Peugeot 208 Turbo Style, pegando estrada e diferentes ruas por São Paulo, eu posso dizer que estamos diante de uma das melhores compras disponíveis no Brasil atualmente. Ainda me arrisco a afirmar que trata-se do melhor hatch compacto à venda no país, considerando, claro, todas as versões.

Com a união da plataforma CMP com o motor 1.0 turbo, esse carro ficou simplesmente excelente na dinâmica, com bom consumo e dirigibilidade acima da média para o segmento.

O Peugeot 208 Turbo Style pode ser comprado em todo o Brasil por R$ 109.990.

No
Canaltech
, o Peugeot 208 Turbo Style foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pela Stellantis South America.

Leia a matéria no Canaltech
.

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