O Logitech G PRO X
é o novo headset gamer com fio topo de linha da Logitech
, que foca em conforto para longas sessões de games e tem bom sistema de som surround 7.1, inclusive em consoles, com dongle USB. Sua construção robusta dá um acabamento premium, mas também faz dele um produto bem pouco prático de manusear, guardar e, principalmente, transportar.
Tive a oportunidade de testar o headset gamer
Logitech
G PRO X por algumas semanas tanto para realizar reuniões e conferências quanto para jogar e ouvir música e a experiência foi bem satisfatória. Apesar de, claramente, ser um produto premium em todos os aspectos, seu preço acompanha a mesma proposta, me fazendo questionar até que ponto compensa gastar tanto para obter resultados similares a de outros headsets da própria Logitech
, apenas menos confortáveis.
Prós
- Par adicional de almofadas em tecido
- Microfone destacável
- Compatível com Surround 7.1 em consoles via dongle USB
- Cabos destacáveis
- Cabo adicional de 1,5 m para mobile
Contras
- Pesado
- Pouco portátil
- Preço
Design
O projeto do Logitech G PRO X trabalha na paleta clássica da empresa
, com tons de preto e cinza e acabamento metálico na parte externa das earcups, com o tradicional G, marca registrada da Logitech. O arco do headset combina partes em metal, plástico e material que imita o couro, todos na mesma tonalidade preto-fosco, resultando em um visual bastante sóbrio e discreto, sem RGB.
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Vale ressaltar que, diferente de outros produtos da linha G, a Logitech fugiu do design angulado, com linhas duras e recortes marcantes
. Todos os detalhes do Logitech G PRO X focam em curvas suaves, remetendo muito mais à ergonomia que em visuais futuristas.
Logitech G PRO X: Ficha Técnica
- Driver: PRO-G de malha híbrida de 50 mm com ímã de Neodímio
- Padrão: over-ear
- Frequência: 20 Hz a 20 kHz
- Impedância: 32 Ohms
- Sensibilidade: 91.7 dB SPL @ 1 mW & 1 cm
- Construção: garfo em alumínio, arco de cabeça em aço, acabamentos em plástico e couro PU
- Almofadas: Couro sintético de PU com espuma de memória
- Almofadas extras: Tecido com espuma de memória
- Microfone: Condensador de eletreto com captação cardioide (unidirecional)
- Conexão: cabo com conector de 3,5 mm de três canais ou dongle USB tipo A.
- Surround: DTS:X 7.1 (apenas com dongle USB)
Construção
Ao tirar o headset da caixa, fui surpreendido pelo peso do G PRO X, com 320 g, mas entendi o motivo ao perceber que o arco da cabeça e os garfos para as earcups são em aço e alumínio, respectivamente. Além de ser claramente um headset muito mais robusto que os modelos de entrada da Logitech, ele é bem mais confortável.
O ajuste do arco é bem amplo, atendendo à maioria dos usuários. No meu caso específico — mais baixo e com circunferência da cabeça menor —, ele permanece firme, mas sem machucar, mesmo realizando movimentos bruscos, como me virando a cabeça rapidamente para alternar entre umas das três telas da minha estação de trabalho.
Cheguei a passar mais de 8 horas com o fone, emendando o final da jornada de trabalho com uma sessão relativamente longa de
Genshin Impact
, tudo sem sentir qualquer tipo de desconforto.
A almofada que vem pré-instalada é em material sintético de poliuretano (couro PU) e, por preferência pessoal substitui pelas reservas, em tecido, que também vêm na caixa. Contudo, os dois conjuntos trazem espuma de memória, bastante confortável, e a circunferência e altura das almofadas permite recobrir completamente as orelhas, sem pressioná-las.
O arco em si é relativamente flexível e com boa tensão, mas não suporta torções completas, nem oferece pontos de dobra, criando alguns problemas para transportá-lo na mochila, por exemplo.
Portabilidade
Ser tão robusto e resistente, fatalmente, implica em um headset bastante firme, mas nada portátil. O Logitech G PRO X não oferece componentes modulares além das almofadas, pontos de dobra para facilitar o armazenamento e mesmo com o arco totalmente recolhido ele ainda é bem grande.
Seu único ponto positivo no quesito portabilidade é que tanto os fios quanto o microfone são destacáveis, sendo possível guardá-los em um compartimento com zíper. Já para garantir que fone em si não seja danificado ao ser esmagado por um notebook gamer, por exemplo, ele precisa ser transportado fora da mochila ou em um estojo rígido, que infelizmente não acompanha o produto, contando apenas com uma sacola de tecido, apesar da faixa de preço premium.
““É bastante frustrante um produto com preço tão elevado não oferecer um estojo rígido. De nada adianta ter cabos destacáveis para facilitar o transporte se ainda vou precisar investir em produtos de outras empresas para carregar o fone na mochila sem medo de quebrá-lo””
Recursos
Por seguir uma linha mais sóbria, o Logitech G PRO X não traz muitos comandos embarcados, nem em sua construção, nem no software
Logitech G HUB.
O cabo projetado para se conectar ao dongle USB ou diretamente na porta P3 de 3,5 mm do PC traz apenas uma chave para silenciar o microfone e um potenciômetro para ajuste de volume, sem botões digitais com controles confusos.
A mesma abordagem simples vale para o cabo para dispositivos móveis, que abre mão do potenciômetro, trazendo um único botão para iniciar e encerrar a reprodução de músicas ou atender chamadas.
O controle de volume nesses casos é realizado inteiramente no smartphone, tablet ou console portátil. O cabo com potenciômetro é, sim, compatível, mas não recomendado para evitar ultrapassar os índices seguros de volume sugeridos pela OMS.
Assim como praticamente todos os headsets da empresa com dongle USB, o Logitech G PRO X tem suporte ao sistema de som surround DTS:X, que emula 7.1 canais de áudio e pode ser configurado no G HUB, oferecendo uma localização sonora mais precisa em jogos de ação.
““O sistema de som surround do DTX X embarcado no Logitech G PRO X é bem preciso em jogos de tiro, mas faz muito mais diferença para criar imersão em jogos de terror, como Alan Wake 2 e The Evil Within””
Conectividade
Como já mencionado, o Logitech G PRO X pode ser conectado de três formas: por meio de um cabo de 2 m com conector P3 e potenciômetro, para PC e consoles; um cabo P3 de 1,5m para dispositivos móveis; e um dongle USB com placa de som DTX X e único conector P3.
O headset também conta com um divisor para dois conectores de 3,5 mm independentes, para PCs e outros aparelhos com portas separadas para fone e microfone. É importante reforçar que o sistema de som surround em 7.1 canais só funciona corretamente com o dongle USB, inclusive nos consoles.
Por mais que seja possível utilizar os conectores de som do Dual Sense, por exemplo, o som transmitido para o headset nesse caso será apenas estéreo. Para utilizar configurações em surround é preciso plugar o adaptador à porta USB do console, deixando um fio atravessado pela sala.
Qualidade de som
O driver PRO-G de malha híbrida de 50 mm do Logitech G PRO X é bem competente para games, entregando um som bastante nítido e boa localização espacial. Já para ouvir músicas ou ver filmes, alguns sons ficam um pouco abafados, sendo preciso configurar manualmente os sliders de cada faixa de frequência, uma vez que ele não oferece presets embarcados para esses casos de uso.
Uma alternativa é espetar o fone diretamente na porta de 3,5 mm do PC e utilizar as configurações do Dolby Access, que vem embarcada em versões OEM do Windows de alguns notebooks.
Já o microfone do Logitech G PRO X é bem mais competente que a maioria dos microfones de headsets, superando com folga o Logitech G 430, um dos melhores do segmento intermediário da empresa. O sistema de eliminação de ruídos é bastante competente, anulando completamente o som do ar condicionado
ou ventilador — desde que a saída de ar não esteja direcionada diretamente para o microfone.
““A experiência inicial com o Logitech G PRO X é similar à do G430. A diferença só é notável após muitas horas, quando o modelo mais em conta começa a incomodar ou cair, dependendo do ajuste, enquanto o PRO X continua extremamente confortável””
Software Logitech G HUB
O software Logitech G HUB traz poucas configurações específicas para o Logitech G PRO X, mas todas as que ele oferece são praticamente obrigatórias. Mesmo utilizando o dongle USB para se conectar ao PC, o surround DTS X 7.1 só pode ser configurado através do G HUB.
Para o microfone, o cancelamento de ruídos externos funciona de forma nativa, mas os filtros Blue VO!CE também precisam do software proprietário da Logitech para serem ativados e configurados. Em compensação, o aplicativo é relativamente mais leve que programas de outras fabricantes de periféricos, tanto para carregar quanto para rodar.
Sendo assim, é perfeitamente possível utilizá-lo em lives na Twitch, por exemplo, sem comprometer o desempenho dos jogos ou bitrates da transmissão, funcionando como uma boa ferramenta auxiliar.
Concorrentes diretos
Os principais concorrentes do Logitech G PRO X são o Razer Kraken V3
HyperSense e o G635, também da Logitech. No caso específico do Kraken V3, as especificações de hardware
são bastante similares às do PRO X, mas o modelo da Logitech é mais confortável e a assistência pós-vendas da Logitech também costuma ser bem superior à da Razer
no Brasil
Comparando o G635, a principal diferença é estética, uma vez que ele traz um visual mais gamer, seguindo o design moderno, angulado e iluminação RGB. Além de ter um design mais sóbrio, o PRO X tem um espectro de frequência maior variando de 20 Hz a 20.000 Hz, contra os 100 Hz a 10.000 Hz do G635.
Vale a pena comprar o Logitech G PRO X?
O Logitech G PRO X é bastante completo em termos de tecnologia
e é compatível com PC e consoles, inclusive com suporte ao surround 7.1 pelo conector USB. A captação de som do microfone é extremamente limpa, excelente para chamadas de vídeo, transmissões online e comunicação em jogos competitivos.
Seu conforto também é acima da média, não ficando nem muito justo, nem tão frouxo a ponto de cair em uma partida online mais exaltada. No entanto, ele ainda é um headset gamer bastante caro, com preço cheio de R$ 999, 99
, mas passando tranquilamente de R$ 1 mil dependendo do revendedor.
Pensando que os produtos da Logitech costumam durar muitos anos, mesmo nos segmentos mais baratos, o valor do PRO X pode ser considerado um investimento. Contudo, pela mesma razão, também fica o questionamento se não é mais interessante optar por outro modelo mais em conta da própria Logitech.
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