Parece que o resultado de um cara ou coroa não é tão aleatório quanto pensávamos. Ao menos esse é o resultado de um estudo, no qual uma equipe lançou moedas para o alto centenas de milhares de vezes. Mas o que determina o lado que a moeda vai cair? E quais são as chances de prever o resultado?
Há tempos os cientistas discutem se existe alguma aleatoriedade no universo
ou se, após muitas repetições, tudo encontra um padrão. Em alguns casos, o viés aparece rápido, mesmo que não seja intencional.
O voo de um inseto
, por exemplo, pode parecer aleatório, mas se observarmos por tempo o suficiente podemos encontrar uma preferência. Se aprendermos os padrões desse voo, conseguiremos prever os próximos movimentos do inseto e apanhá-lo.
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Contudo, outros casos podem ser mais difíceis de prever, como o lançamento de uma moeda. Por mais que o resultado do cara ou coroa pareça totalmente aleatório, os cientistas não têm tanta certeza disso.
A desconfiança se deve a alguns fatores que afetam a moeda durante seu trajeto no ar: ela parece não girar simetricamente em torno de seu eixo. Isso a deixa um pouco mais de tempo no ar com o lado inicial para cima.
Seguindo esse raciocínio, se a moeda tiver o lado “cara” para cima antes de ser arremessada, a tendência é que essa face passe mais tempo nessa posição enquanto a moeda estiver no ar. Portanto, há uma pequena chance do resultado ser “cara”.
Caso o arremesso de moedas fosse totalmente aleatório, haveria 50% de chances de se obter um resultado e 50% para o outro. Mas Persi Diaconis, da Universidade de Stanford, calculou em 2007 que uma moeda cairia no mesmo lado em 51% dos arremessos.
Para confirmar esse viés, František Bartoš, candidato a Ph.D. na Universidade de Amsterdã, reuniu 47 voluntários de seis países para um novo estudo. Depois de vários fins de semana, a equipe realizou 350.757 lançamentos de moedas, quebrando o recorde anterior de 40.000.
O estudo relatou que as moedas caíram com o mesmo lado voltado para cima 50,8% das vezes, um número bem próximo daquele previsto em 2007. Pode ser insignificante em partidas cotidianas, mas essa é uma descoberta interessante para a ciência das estatísticas e das previsões dos movimentos baseadas na mecânica.
Talvez você não consiga prever com muita precisão o resultado de jogatinas com seus amigos usando esse conhecimento, mas não custa tentar. O estudo está disponível para leitura no arXiv.org
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