quinta-feira, 20 de março de 2025

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Por que desligar o 2G é um desafio para tantos países?

Baatcheet Films

Desligamento das redes 2G tem como objetivo expandir o espectro 4G e 5G.

No atual cenário global, mais de 61 nações anunciaram ou iniciaram a aposentadoria de suas  redes 2G, medida que abrange países como Brasil, Estados Unidos, Índia e China, conforme informações da GSMA Intelligence.

A ação, que será implementada nos próximos anos, visa redirecionar o espectro para tecnologias 4G e 5G, reduzir os custos operacionais e aumentar as receitas das operadoras, como explica a Rest of World.

Entretanto, essa mudança gera preocupações, pois milhões de pessoas ainda dependem dos aparelhos 2G por seu baixo custo e simplicidade, além de serem essenciais para funções críticas, como monitoramento ambiental e controle elétrico.

Vários países enfrentam um dilema: enquanto uma infraestrutura moderna atrai investimentos, a dependência de aparelhos 2G persiste devido à sua acessibilidade econômica e à carência de habilidades digitais entre parte da população.

Por exemplo, na África do Sul, mesmo com um cronograma para desativar o 2G e o 3G —previstos para 2024 e 2025, respectivamente—cerca de 20 milhões de pessoas correm o risco de ficar desconectadas.

Curiosamente, muitos motoristas de aplicativos mantêm um celular 2G como reserva, pois smartphones modernos, apesar de funcionais, são alvos frequentes de roubos.

Vale ressaltar que, em diversas regiões, a operadora estatal Telkom já encerrou a oferta de redes 2G.

Alternativas para a inclusão digital

Para amenizar os impactos sociais da transição, governos e setor privado vêm trabalhando em soluções inovadoras e programas de subsídio.

No Vietnã, a operadora estatal Viettel investiu US$ 12,2 milhões para distribuir gratuitamente celulares 4G a 700 mil assinantes, permitindo uma atualização gradual sem excluir os usuários.

Na Índia, a estratégia semelhante foi adotada pela Reliance Jio, que desde 2017 lançou o JioPhone—a solução 4G de baixo custo que conquistou o mercado global dos telefones básicos, embora, em 2024, 73% das vendas do setor ainda referenciem modelos 2G.

Além disso, a empresa taiwanesa CloudMosa apresentou o Cloud Phone, uma tecnologia que possibilita a execução de aplicativos populares em aparelhos 4G simples, tendo sido testada na Índia em 2023, implementada posteriormente no Vietnã, e que já alcançou a marca de um milhão de dispositivos no mercado, com planos de expansão para África e demais regiões da Ásia.

A ascensão do 5G

Paralelamente à transição do 2G, um relatório conjunto da 5G Americas e da Omdia projeta que, até 2029, as conexões móveis 5G deverão atingir 8,4 bilhões, correspondendo a 59% da base global.

Desde o terceiro trimestre de 2024, os usuários do 5G já ultrapassaram a marca de 2 bilhões, com um incremento de 170 milhões de novas conexões em relação ao ano anterior—aumento de aproximadamente 48%—sinalizando uma rápida evolução rumo à nova era digital.

A transformação do 2G para redes mais modernas não apenas impulsiona a tecnologia, mas também evidencia a necessidade de estratégias inclusivas.

tecnologia.ig.com.br

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