Cientistas do Imperial College London descobriram que as plantas liberam carbono mais rápido do que se pensava, o que pode revolucionar a forma como pensamos e lidamos com o aquecimento global. As informações foram disponibilizadas na revista Science
na última quinta (20).
O material revela que o carbono armazenado pelas plantas é mais vulnerável aos impactos das alterações climáticas. Ou seja: até então, a humanidade subestimava a quantidade de dióxido de carbono (CO2) absorvida anualmente pela vegetação.
O que isso quer dizer? Basicamente, que precisamos reduzir com ainda mais urgência as emissões de combustíveis fósseis
. A descoberta também sugere limitações na eficácia de algumas estratégias de remoção de carbono.
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“Muitas das estratégias desenvolvidas por governos e empresas para enfrentar as alterações climáticas dependem de plantas e florestas para reduzir o CO2 que aquece o planeta e bloqueá-lo no ecossistema”, dizem os pesquisadores, em comunicado.
“Nosso estudo enfatiza que o potencial para projetos de remoção de carbono baseados na natureza é limitado e que as emissões de combustíveis fósseis precisam ser reduzidas rapidamente para minimizar o impacto das alterações climáticas”, acrescentam.
Acúmulo de CO2
Segundo o artigo, aproximadamente 30% das emissões de CO2 provenientes das atividades humanas são armazenados nas plantas e nos solos todos os anos, reduzindo as alterações climáticas e os seus impactos.
No entanto, os detalhes de como acontece esse armazenamento e sua estabilidade no futuro ainda não são bem compreendidos.
Os pesquisadores britânicos fizeram simulações para compreender como as plantas utilizam o CO2. Eles levaram em consideração principalmente as décadas de 1950 e 1960, em que a atmosfera
aumentou 14 °C por causa dos testes de bombas nucleares.
Ao examinar como esses 14 ºC se acumularam nas plantas entre 1963 e 1967, os autores puderam avaliar a rapidez com que o carbono se move da atmosfera para a vegetação.
Então vamos aos resultados: o grupo entendeu que o crescimento das plantas na época era mais rápido do que os modelos climáticos atuais estimam. “A importância é que isso implica que o carbono circula mais rapidamente entre a atmosfera e a biosfera do que pensávamos, e que precisamos de compreender e contabilizar melhor este ciclo mais rápido nos modelos climáticos”, diz a equipe.
CO2 na atmosfera
Atualmente, o que se sabe é que o CO2 se acumula na atmosfera
na maior velocidade já vista. Os níveis aumentaram mais rápido em 2024 do que nos primeiros quatro meses de qualquer ano já registrado, segundo o Observatório Mauna Loa.
Outro dado impactante que se teve acesso neste ano é que a maioria das emissões de CO2
desde 2016 veio de apenas 57 empresas.
Esse novo estudo do Imperial College London destaca a necessidade de desvendar as complexidades da biosfera e rever as estratégias para reduzir as consequências do aquecimento global.
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