sábado, 21 de dezembro de 2024

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Plantas liberam carbono mais rápido do que se pensava

Nathan Vieira

Plantas liberam carbono mais rápido do que se pensava

Cientistas do Imperial College London descobriram que as plantas liberam carbono mais rápido do que se pensava, o que pode revolucionar a forma como pensamos e lidamos com o aquecimento global. As informações foram disponibilizadas na revista Science
na última quinta (20).

O material revela que o carbono armazenado pelas plantas é mais vulnerável aos impactos das alterações climáticas. Ou seja: até então, a humanidade subestimava a quantidade de dióxido de carbono (CO2) absorvida anualmente pela vegetação.

O que isso quer dizer? Basicamente, que precisamos reduzir com ainda mais urgência as emissões de combustíveis fósseis
. A descoberta também sugere limitações na eficácia de algumas estratégias de remoção de carbono.


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“Muitas das estratégias desenvolvidas por governos e empresas para enfrentar as alterações climáticas dependem de plantas e florestas para reduzir o CO2 que aquece o planeta e bloqueá-lo no ecossistema”, dizem os pesquisadores, em comunicado.

“Nosso estudo enfatiza que o potencial para projetos de remoção de carbono baseados na natureza é limitado e que as emissões de combustíveis fósseis precisam ser reduzidas rapidamente para minimizar o impacto das alterações climáticas”, acrescentam.

Acúmulo de CO2

Segundo o artigo, aproximadamente 30% das emissões de CO2 provenientes das atividades humanas são armazenados nas plantas e nos solos todos os anos, reduzindo as alterações climáticas e os seus impactos.

No entanto, os detalhes de como acontece esse armazenamento e sua estabilidade no futuro ainda não são bem compreendidos.

Plantas liberam CO2 mais rápido do que a ciência imaginava (Imagem: zamrznutitonovi/envato)

Os pesquisadores britânicos fizeram simulações para compreender como as plantas utilizam o CO2. Eles levaram em consideração principalmente as décadas de 1950 e 1960, em que a atmosfera
aumentou 14 °C por causa dos testes de bombas nucleares.

Ao examinar como esses 14 ºC se acumularam nas plantas entre 1963 e 1967, os autores puderam avaliar a rapidez com que o carbono se move da atmosfera para a vegetação.

Então vamos aos resultados: o grupo entendeu que o crescimento das plantas na época era mais rápido do que os modelos climáticos atuais estimam. “A importância é que isso implica que o carbono circula mais rapidamente entre a atmosfera e a biosfera do que pensávamos, e que precisamos de compreender e contabilizar melhor este ciclo mais rápido nos modelos climáticos”, diz a equipe.

CO2 na atmosfera

Atualmente, o que se sabe é que o CO2 se acumula na atmosfera
na maior velocidade já vista. Os níveis aumentaram mais rápido em 2024 do que nos primeiros quatro meses de qualquer ano já registrado, segundo o Observatório Mauna Loa.

Outro dado impactante que se teve acesso neste ano é que a maioria das emissões de CO2
desde 2016 veio de apenas 57 empresas.

Esse novo estudo do Imperial College London destaca a necessidade de desvendar as complexidades da biosfera e rever as estratégias para reduzir as consequências do aquecimento global.

Leia a matéria no Canaltech
.

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