A explosão de casos da dengue
não é um problema exclusivo do Brasil, mas um desafio que afeta também a saúde pública em outros países nas Américas. É o que aponta a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) — o braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os especialistas da entidade estimam que, neste ano, pode ocorrer o pior surto da história do continente.

Nos três primeiros meses do ano, já foram contabilizados mais de 3,5 milhões de casos da doença transmitida pelo mosquito da dengue
nas Américas. “Isso é motivo de preocupação”, alerta Jarbas Barbosa, diretor da Opas, durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (28). Afinal, este acumulado é três vezes maior que o total de casos registrados no mesmo período de 2023.

“O combate à dengue é uma tarefa para todos os setores da sociedade”, lembrou o diretor da Opas, reforçando a necessidade de novas estratégias para conter a disseminação da doença. No Brasil, táticas inovadoras são testadas
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Onde há mais casos de dengue nas Américas?

Conforme apontam os dados da Opas, os casos da dengue estão aumentando especialmente em países da América Latina e do Caribe. No entanto, três países puxam o aumento geral de casos, em ordem decrescente:

1. Brasil
   , país que registra 83% de todos os casos de dengue ocorridos nas Américas. No total, são 2,9 milhões de casos e 758 mortes;
2. Paraguai
   , com 5,3% dos casos. Isso equivale a 191 mil casos e 50 mortes;
3. Argentina
   , com 3,7% dos casos. É o equivalente a 134 mil casos e 96 mortes.

Juntos, Brasil, Paraguai e Argentina, respondem por 92% dos casos e 87% das mortes por dengue notificadas nos três primeiros meses de 2024, segundo a Opas.

Apesar desta trindade, o diretor Barbosa afirma: “Observamos um aumento [de casos da dengue] em países como Barbados, Costa Rica, Guadalupe, Guatemala, Martinica e México, onde a transmissão tende a ser maior no segundo semestre do ano”.

Por que pode ser o maior surto da história?

Para explicar o provável maior surto de dengue na história do continente americano, não há um único culpado, mas um conjunto de fatores de risco somados. Entre eles, está a circulação dos quatro sorotipos da doença
em alguns países, como o Brasil, o que favorece a ocorrência de surtos.

Além disso, precisam ser considerados os fatores ambientais. Isso inclui as mudanças climáticas, que elevam as temperaturas médias e tornam as chuvas mais recorrentes, favorecendo a reprodução do mosquito da dengue. Também há a ocorrência do fenômeno El Niño
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No entanto, as questões sociais não podem ser descartadas, como os gargalos de infraestrutura deixados pelo rápido crescimento populacional e a urbanização não planejada. Isso inclui a falta de saneamento básico e de coleta de lixo, o que facilita o acúmulo de água.

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