O Google
for Startups divulgou que 63% das startups brasileiras de IA ainda não têm estratégias de curto e longo prazo para o desenvolvimento e uso da tecnologia
. A pesquisa foi feita em parceria com a Box 1824 e apresentada durante evento, nesta terça-feira (25), no qual o Canaltech
esteve presente.
Incertezas sobre inteligência artificial
O estudo, intitulado “Startups & Inteligência Artificial Generativa: Destravando o seu Potencial no Brasil”, revelou que a IA ainda precisa ser trabalhada no país. Segundo o levantamento, há um nível alto de incertezas sobre as métricas de efetividade no uso de IA generativa
, o que resulta em dificuldades de investimento externo e atrapalha o acesso a profissionais capacitados no mercado.
Mesmo trabalhando diretamente com a tecnologia, 22% das empresas entrevistadas afirmaram não saber como quantificar e mensurar os resultados do uso de inteligência artificial. Além disso, 25% apontam que não possuem um orçamento específico para esse propósito, enquanto 46% das companhias acreditam que um investimento público poderia ajudar na adoção de IA.
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Para o CEO da Trakto Paulo Tenório ao Canaltech
, a expressão “IA” assusta muitas pessoas, então há a necessidade de calma na hora de encarar as incertezas e buscar por financiamentos.
“Tudo sobre IA era jogado como no filme O Exterminador do Futuro
, então é preciso saber como falar e apresentar a tecnologia para as pessoas e clientes”, destaca Tenório. “Minha visão é de focar no problema da empresa e como a gente consegue aprimorar isso com o uso de uma computação mais avançada. A partir daí, podemos usar a inteligência artificial para sanar o máximo de questões possíveis”, finaliza.
Falta de mão de obra
A pesquisa também destacou que a falta de profissionais qualificados é um dos principais problemas enfrentados pelas startups de IA no Brasil. Os dados mostram que 59% das companhias afirmam que a educação e a conscientização sobre a tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento da inteligência artificial generativa.
Por outro lado, aqueles que já têm o conhecimento necessário acabam deixando o país para trabalharem em firmas ao redor do mundo. Entre janeiro e dezembro de 2022, ocorreu um recorde de fuga de talentos:
- Aumento de 200% de profissionais que saíram do Brasil e foram para Portugal;
- Aumento de 114% de talentos que se mudaram para os EUA;
- Aumento de 544% de pessoas qualificadas que deixaram o país para trabalharem na Austrália e Nova Zelândia.
Na opinião do diretor do Google for Startups para a América Latina, André Barrence, o documento destaca a falta de preparação de mão de obra.
“Há uma carência de iniciativas estruturadas que preparem a força de trabalho para lidar com tecnologias avançadas”, aponta o diretor do Google for Startups. “A escassez de profissionais qualificados é exacerbada pela fuga de talentos, onde profissionais brasileiros são frequentemente atraídos por oportunidades no exterior, devido a melhores condições de trabalho e remuneração”, complementa.
Regulamentação é importante
Por fim, o estudo revelou que 83% das empresas entrevistadas dão grande importância para uma regulamentação específica da IA generativa. Isso porque a falta de clareza nas políticas relacionadas atrapalham a conscientização popular sobre o assunto.
Para o COO da Huna, Marco Kohara, as startups vivem entre a cruz e a espada.
“O ideal é mostrar que a gente usa IA de maneira responsável, junto da população e com rigor científico”, frisou Kohara ao Canaltech
. “Temos parâmetros e metodologias claras para desmistificar a tecnologia, com resultados publicáveis para qualquer pessoa conferir. Nosso papel também é educar e uma regulamentação ajudaria nisso”, conclui.
Vale lembrar que Big Techs como a Apple já oferecem cursos gratuitos de IA no Brasil
para facilitar o acesso à tecnologia.
Leia a matéria no Canaltech
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