Os filmes da Disney
se tornaram clássicos ao longo dos anos, principalmente, por terem como característica principal a capacidade de fazer o público sonhar por meio de tramas cheias de magia. As histórias trazem desde princesas presas em castelos até elefantes que voam com as orelhas, passando, claro, pelos príncipes encantados e as criaturas místicas.
Filmes como A Pequena Sereia
, O Rei Leão
e Cinderela
são tão icônicos que marcaram a infância de gerações e ainda seguem encantando adultos e crianças — além de renderem milhões e milhões de dólares em produtos licenciados ao longo das décadas.
Só que a grande maioria desses clássicos são animações em 2D que, embora continuem muito atuais, não escondem o peso da idade. Por isso mesmo, a Disney encontrou uma forma muito eficiente de ganhar dinheiro
, apostando no carinho que o público tem com essas histórias e lançando versões em live-action dessas aventuras que já têm um lugar especial no coração de todo mundo.
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E os resultados mostram como essa estratégia deu certo. Apenas
O Rei Leão
, remake da clássica animação de 1994, arrecadou impressionantes US$ 1,65 bilhão em todo o mundo, sendo a segundo maior bilheteria de 2019. No mesmo ano, a versão em carne e osso de
Aladdin
somou outro US$ 1 bilhão.
Por isso mesmo, não surpreende ver o ritmo frenético que a Disney vem lançando esses remakes. Só que, da mesma forma, nem todas essas apostas são certeiras. Alguns foram bem fiéis à trama original e conseguiram conquistar os espectadores por meio da nostalgia; outros, no entanto, deixaram a desejar em alguns aspectos mais técnicos.
10. Mulan
Mulan
é um filme bastante problemático. A ideia da Disney era revisitar a clássica animação e aproximar a história do tradicional conto chinês, deixando de lado alguns estereótipos e entregando um longa que, em tese, tinha tudo para cair no gosto do público oriental. Só que tudo deu errado.
Ambientado na China, esse remake conta a história de Hua Mulan (Liu Yifei), a espirituosa filha de um honrado guerreiro do país que decide assumir o lugar de seu pai doente no exército imperial. O problema é que o imperador decretou que apenas homens poderiam assumir a função. Com isso em mente, ela assume a identidade de um menino chamado Hua Jun e prova que pode ser uma guerreira tão competente como seu pai.
Lançado em 2020, no auge da pandemia do coronavírus, o filme amargou uma bilheteria fraca e sofreu boicote em Taiwan, Hong Kong, Singapura e Tailândia. Isso depois da protagonista se declarar contra o movimento pró-democracia de Hong Kong e elogiar a polícia que vinha sendo acusada de abusar da violência.
Ainda assim, trata-se de um bom filme. Muito diferente do longa original, é verdade, mas que traz um olhar menos enviesado para a cultura chinesa e que consegue captar bem a essência do conto original. Por isso mesmo, não espere cenas musicais e nem dragões falantes com a voz do Eddie Murphy.
9. 101 Dálmatas
Embora a gente trate os remakes de animações clássicas um fenômeno recente, a verdade é que a Disney já explorou essa estratégia algumas vezes no passado. A mais notável delas foi com 101 Dálmatas
, de 1996, que deu nova vida ao desenho de 1691. Com Glenn Close no papel de Cruella Cruel, o longa apresentou a toda uma geração a história dos cãezinhos malhados e como você ter uma centena de filhotes por aí pode ser um enorme pesadelo.
Por ter sido produzido em uma época em que os efeitos especiais não estavam tão avançados quanto hoje, o filme não tenta criar cachorros falantes e nem nada do tipo, o que dá um peso muito maior às atuações humanas. Por um lado, isso tira um pouco do carisma e das personalidades dos personagens que realmente importam nessa aventura toda. Só que, em compensação, faz com que o longa envelheça muito bem, já que não entrega tantos efeitos datados assim.
Sem contar que cachorros fofinhos atuando são sempre fofinhos e valem muito a pena. Além disso, esse foco maior nos humanos deu ainda mais espaço para que Glenn Close brilhasse como Cruella.
8. A Dama e o Vagabundo
Falando em cães, temos o remake do clássico A Dama e o Vagabundo
. A animação lançada em 1955 ganhou uma versão em live-action em 2019 pelas mãos do diretor Charlie Bean. A trama conta a história do amor proibido entre um cachorro vira-lata e uma cadela da raça cocker spaniel vinda da alta sociedade.
Dama é uma cadelinha que tem tudo do bom e do melhor, mas que começa a se sentir deixada de lado depois que sua dona engravida. Um dia, a mulher viaja e deixa Dama sob os cuidados de Tia Sarah, uma mulher que tem dois gatos siameses terríveis. Eles armam uma cilada para ela que se vê encurralada e decide fugir. Nas ruas, ela precisa contar com a ajuda de Vagabundo para sobreviver e também para conseguir achar o caminho para casa novamente.
Revivendo cenas clássicas como aquela em que os cachorros dividem um prato de macarrão à luz de velas, o remake entregou tudo o que o público esperava; romance, aventura e drama.
Por ter sido lançado diretamente para o Disney+, não recebeu todos os holofotes das grandes produções. Ainda assim, é um filme bastante simpático.
7. Dumbo
O elefante mais charmoso da Disney também ganhou um remake para chamar de seu. Em 2019, Tim Burton assumiu a direção de
Dumbo
e entregou uma história repleta de magia e aventura, mas um tanto diferente do desenho original.
A principal diferença está no fato de que o elefantinho nõa é mais o grande protagonista da aventura, mas uma família humana. Como o pequeno paquiderme não fala, toda a trama fica em torno da história de Holt Farrier, uma ex-estrela de circo que após voltar da Primeira Guerra Mundial precisa lidar com as consequências que o conflito lhe deixou: sua esposa morreu durante esse tempo, ele perdeu um braço e agora precisa cuidar dos dois filhos pequenos e de uma elefanta grávida.
Só que o animal da à luz um filhote desengonçado de orelhas enormes, o que faz com que todo mundo o despreze. E embora a gente veja o pequeno Dumbo usar sua aerodinâmica peculiar para voar, o roteiro é muito mais sobre a família resolvendo seus perrengues do que o elefantinho sair bêbado por aí.
E embora o visual do Dumbo seja um pouco assustador (afinal, Tim Burton), ele não deixa de ter seu charme ingênuo.
6. A Bela e a Fera
Um dos remakes mais famosos da Disney é A Bela e a Fera
, longa protagonizado por Emma Watson, Dan Stevens e Luke Evans. A trama parece simples, mas faz o público refletir sobre como as aparências enganam e como a beleza interior também é fundamental.
No enredo, Bela (Watson) é uma jovem linda que vive em uma pequena aldeia francesa. Um dia, seu pai é capturado pela Fera (Steven), uma criatura horrenda e assustadora. Para resgatá-lo, ela decide se entregar em troca da liberdade dele.
No castelo do monstro, Bela vai, pouco a pouco, se aproximando do monstro e descobre que ele é, na verdade, um príncipe que só precisa de amor para voltar à forma humana. Cheio de romance, o remake foi elogiado por ser um dos mais fiéis à animação original.
5. Cinderella
A história de Cinderela
também ganhou uma versão feita por atores reais. Trata-se do velho conto sobre a pobre moça infernizada pela madrasta e irmãs malvadas, mas que ganha uma oportunidade de se aproximar do príncipe graças ao poder da Fada Madrinhos. Com direito a sapatinho de cristal e tudo, o remake de 2015 deu o pontapé inicial para a onda de live actions da Disney.
Estrelado por Lily James e Cate Blanchett, o longa fez bastante sucesso com o público, principalmente por causa do ineditismo do projeto na época. Além disso, um dos grandes chamarizes do filme eram os mais de 10 mil cristais Swarovski cravejados no vestido azul da princesa.
4. O Rei Leão
É claro que, ao falar em remakes live action de clássicos da Disney, não poderia faltar
O Rei Leão
, um dos principais filmes da empresa. Lançado em 2019, a história do pequeno Simba e sua jornada shakesperiana para retomar o trono usuarpado por seu tio Scar foi alvo de muita discussão. Isso porque, apesar de ser vendido como um live action, o longa foi inteiramente feita via computação gráfica. Por isso mesmo, muita gente disse que se tratava de uma animação realista, pois não tinh nada de carne e osso.
Contudo, o maior problema do filme foi essa tentativa de criar um realismo exagerado em uma história que precisava de um pouco de fantasia. Embora o filme seja muito fiel ao desenho de 1994, a falta de expressividade dos leões e o modo tímido como o diretor Jon Favreau ( Homem de Ferro
) recriou os musicais também pesaram na opinião dos fãs.
Ainda assim, não dá para negar o quanto a nostalgia pesa ao ouvir as músicas clássicas ou mesmo ao se deparar com cenas icônicas, como o crescimento de Simba ao som de Hakuna Matata. Por isso mesmo, trata-se do longa mais bem sucedido dessa onda de remakes, com bilheteria total de US$ 1,65 bilhão — suficiente para garantir uma sequência, que chega em dezembro de 2024 aos cinemas.
3. A Pequena Sereia
Protagonizado por Halle Bailey, o remake de
A Pequena Sereia
conta a história de Ariel, a filha mais aventureira e teimosa do Rei Tritão (Javier Bardem). Um dia, ao sair em busca de novas aventuras encontra e salva o príncipe Eric (Jonah Hauer- King
) de um naufrágio.
Os dois se apaixonam quase que imediatamente, mas para viver esse amor na superfície é necessário que Ariel ganhe pernas humanas. Para isso, ela vai atrás de Úrsula, a feiticeira mais poderosa — e má — dos oceanos. Ela lhe concede as pernas, em troca da sua voz. Agora, afônica e cheia de conflitos internos, Ariel precisa encontrar uma maneira de viver esse amor proibido e recuperar sua bela voz.
Dirigido por Rob Marshall ( Chicago
), o remake de A Pequena Sereia
causou burburinho na época em que foi anunciado, já que muitas pessoas não gostaram do fato da Disney ter escolhido uma atriz negra para viver a protagonista.
Só que a escolha de Bailey no papel da sereia é a melhor coisa do longa. Dona de um carisma ímpar e uma belíssima voz, o longa moderniza vários elementos da história e entrega um remake que faz muita justiça ao original.
2. Aladdin
Escrito e dirigido por Guy Ritchie, o remake de
Aladdin
chegou aos cinemas em maio de 2019 contando a história do jovem ladrão que pratica pequenos roubos em Agrabah e se torna a única salvação da cidade após ter encontrado uma lâmpada mágica. Assim, ao lado do Gênio interpretado por will Smith, o herói precisa encarar o vilão Jafar.
Como não poderia deixar de ser, o grande destaque do remake de Aladdin é mesmo a participação de Smith no papel que, no desenho original, era de Robin Williams. Um desafio e tanto que ele consegue cumprir muito bem, embora de forma muito mais comedida e sem as deliciosas loucuras do desenho animado. Trata-se de um personagem um pouco mais sério e que, mesmo fazendo algumas brincadeiras aqui e ali, não chega perto do caos de quebra de quarta parede e piadas de cunho duvidoso que Robins apresentou três décadas antes.
Em compensação, o filme tem um dos piores vilões dessa onda de remakes. Marwan Kenzari ( The Old Guard
) entrega um Jafar apático e sem graça que em nada lembra a figura ameaçadora e cheia de pompa do desenho.
1. Mogli, O Menino Lobo
A escolha de Jon Favreau para comandar o remake de O Rei Leão
se deu por uma única razão: seu excelente trabalho em Mogli, O Menino Lobo
. A reinvenção do desenho de 1967 — que, por sua vez, é baseado em O Livro da Selva
, de 1894 — conseguiu captar perfeitamente o espírito da animação ao mesmo tempo em qu atualizava conceitos e entregava uma experiência realmente grandiosa.
Assim como no caso de Simba, todos os animais foram recriados digitalmente. Só que, neste caso, o resultado ficou muito melhor porque as criaturas nõa eram o ponto central da história, mas o pequeno Mogli. Interpretado pelo pequeno Neel Sethi, que esbanjava carisma, o filme não abriu mão da fantasia e muito menos das músicas — incluindo um incrível “Somente o Necessário” cantado por Bill Murray no papel de Balu.
Mogli, O Menino Lobo ainda conta com um elenco fenomenal que conta como Idris Elba como o vilão Share Khan, Scarlett Johansson como a cobra Kaa, Lupita Nyong’o como a loba Raksha e Ben Kingsley como a pantera Bagheera.
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